DESISTÊNCIA

Após polêmica, OS desiste de quarteirização de UTIs e demissões no Crer e Hugol

Profissionais temiam demissão em massa em 45 dias, bem como redução de salário e aumento da carga horária de trabalho

Goiânia está com 87% dos leitos de UTI ocupados

Depois de causar polêmica ao anunciar proposta de quarteirização de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Crer e Hugol, a Organização Social (OS) Agir desistiu do processo que poderia causar demissão em massa de profissionais de enfermagem, fisioterapia e fonoaudiologia, nutrição e odontológicos nos respectivos hospitais. Anúncio de desistência foi feito pela Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO).

A divulgação da carta cotação foi realizada no site da OS, na última quarta-feira (24). Segundo o anúncio, as propostas das empresas deveriam ser enviadas por email da Agir até o próximo dia 8 de julho. Na prática, a Organização Social contrataria outras empresas para prestarem serviço nas UTIs dos hospitais Crer e Hugol.

De imediato, a quarteirização causou polêmica entre os profissionais das unidades, que temiam demissão em massa em 45 dias, bem como redução de salário e aumento da carga horária de trabalho. “Em plena pandemia, os profissionais da linha de frente no combate à covid-19 estão sendo desvalorizados. Vão demitir pessoas com vasta experiência para contratar profissionais por um preço bem abaixo do que está sendo pago atualmente. É um crime contra a vida de quem cuida de outras vidas”, disse uma enfermeira que preferiu não ser identificada à época do anúncio da quarteirização.

Após dois dias da divulgação da carta cotação, porém, a SES anunciou que, depois de diálogo, a OS não irá dar continuidade às modificações contratuais de trabalho que estavam programadas.

“A SES-GO entende que, em razão da turbulência causada pela pandemia no Estado é importante haver sinergia na força de trabalho”, disse no texto. Por fim, a Pasta afirmou que zela pela qualidade e segurança do serviço público prestado aos cidadãos e que “acompanha sistematicamente o trabalho desempenhado nas unidades da rede estadual.”

Também por meio de nota (confira íntegra), a Agir informou que suspendeu, por tempo indeterminado, os processos de contratação externa de áreas assistenciais e apoio iniciadas no mês de junho por conta dos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus.

Nota SES:

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) comunica que, após diálogo com a organização social que gerencia o Hugol e o Crer, optou-se em não dar continuidade nas modificações contratuais de trabalho que estavam programadas. A SES-GO entende que, em razão da turbulência causada pela pandemia no Estado é importante haver sinergia na força de trabalho. Por fim, a SES-GO reitera que zela pela qualidade e segurança do serviço público prestado aos cidadãos e que acompanha sistematicamente o trabalho desempenhado nas unidades da rede estadual.

Nota Agir:

A Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir) clarifica que diante do momento turbulento que assola toda a sociedade, em razão dos impactos causados pela pandemia do Coronavírus, optamos mediante alinhamento conjunto entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES/GO), a Agir e as unidades CRER e HUGOL em não dar continuidade por tempo indeterminado aos processos de contratação externa de áreas assistenciais e apoio iniciadas no mês de junho.