Após prisão de agressor, família de idosa morta pede Justiça em Goiânia
Justiça. Esse é o pedido entoado por Gabriela Ramos, sobrinha da idosa Santina D’Abadia, de…
Justiça. Esse é o pedido entoado por Gabriela Ramos, sobrinha da idosa Santina D’Abadia, de 83 anos. Ela morreu após ser agredida pelo próprio companheiro, João Batista Garciano, de 72 anos, preso na tarde desta sexta-feira (25). A operação foi construída pelo trabalho conjunto das delegacias de Atendimento à Mulher (Deam) e de Atendimento ao Idoso (Deai).
Gabriela conta que nunca desconfiou que a tia vinha sendo agredida e disse que o relacionamento dos dois era aparentemente normal. A sobrinha afirma que ele demonstrava ter um ciúmes, mas que nunca foi violento com a tia. “É muito estranho. A gente não suspeitava. Ficamos surpresos com a agressão. Quando os vizinhos nos contaram que isso era recorrente ficamos sem reação”, ressaltou.
Ela destaca que a tia era uma pessoa dócil, amável e querida por todos os vizinhos. Ela confirmou também que a vítima, antes de ser encaminhada para o hospital, acabou contando que sofria maus-tratos pelo homem. “Ela me contou que ele a queimava com ferro, fósforo, água quente. Vizinhos também comentaram que ele não deixava ninguém se aproximar dela e chegou a sair com um facão para ameaçá-los”, ressalta.
A idosa foi agredida no último dia 15 de janeiro. O homem estava foragido desde então. Santina foi encaminhada para diversos hospitais e ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Aparecida de Goiânia. Ela morreu no último dia 22 de janeiro antes mesmo de entrar na sala de cirurgia para retiradas de coágulos que se formaram pelas agressões.
Prisão
A titular da Deai, Ana Lívia Batista, afirmou que o homem foi detido e que usou do direito constitucional de se manter em silêncio. Ela confirmou que a idosa foi agredida com tijoladas, socos e murros e com isso, desenvolveu graves edemas cerebrais.
De acordo com a titular, o casal estava junto a 15 anos e o homem não possuía passagens pela polícia por agressão. “Porém, testemunhas relataram que já ouviram gritos da idosa várias vezes, mas que não denunciaram pelo perfil violento que o homem apresentava”, conta Ana Lívia.
O homem foi autuado por feminicídio com agravante pela motivação torpe, pela vítima ter mais de 60 anos e sobre os maus-tratos físicos e psicológicos. A corporação também investiga a suposta exploração financeira por parte de João Batista, tendo em vista que ele se apropriava da aposentadoria da idosa. Ele ficará detido na Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia.