Após prisão de Marconi Perillo, motoristas fazem buzinaço em Goiânia
Manifestações acontecem no Setor Serrinha, em frente à sede da Polícia Federal, na capital, durante depoimento do ex-governador
Após a prisão do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), motoristas fazem buzinaço na porta da Polícia Federal (PF), em Goiânia, na tarde desta quarta-feira (10). A prisão aconteceu durante o depoimento do tucano, agendado para às 15 horas. Marconi chegou ao local duas horas antes, e recebeu a ordem de prisão expedido pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás.
OPERAÇÃO
Os fatos são em decorrência da Operação Cash Delivery, desencadeada no dia 28 de setembro e que teve Perillo como alvo. O que motivou a apuração policial foram delações premiadas de executivos da Odebrecht. Eles afirmaram ter repassado R$ 12 milhões para campanhas de Marconi em 2010 e 2014, em troca de favores no governo. Para a PF, o ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) Jayme Rincón era quem recebia os recursos em nome de Perillo, que é apontado como chefe do esquema.
No dia 28 de setembro, além de checar endereços do tucano, agentes também prenderam Jayme Rincon, coordenador de campanha do governador derrotado nas eleições deste ano, José Eliton (PSDB). Rincón foi colocado em liberdade na sexta-feira (5/10), por decisão do desembargador federal Cândido Ribeiro.
Também foi preso motorista de Jayme, o policial militar Márcio Garcia de Moura. Na casa dele, a polícia encontrou maços de dinheiro em espécie. O filho de Jayme, Rodrigo Godoi Rincon também está entre os investigados. Ele foi colocado em liberdade por um habeas corpus, concedido na quarta-feira (3/10). O ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior também foram detidos. Apenas Márcio Garcia de Moura continua preso.
COM A PALAVRA A DEFESA
A Defesa de Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região ja concedeu 2 liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de 2 ilustres Desembargadores. O novo decreto de prisão é praticamente um “copia e cola” de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF 1.
Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento. Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados.
A Defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham comtemporaneidade.
Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos .
Antônio Carlos Carlos Castro, o Kakay, advogado de defesa