Estado de Goiás

Aposentados da Educação continuam sem o salário de dezembro

Sindicato reclama de desrespeito à regra da paridade entre ativos e inativos. Para Sintego, faltou atenção do Goiás Prev às negociações do governo com a entidade

Servidores aposentados e pensionistas da Educação com salários de até R$ 2,7 mil ainda não receberam o salário de dezembro de 2018. Eles ficaram de fora da lista de contemplados com o adiantamento estadual garantido, na última semana, a 16.449 funcionários ativos da pasta.

Os pagamentos, referentes ao mês de dezembro deveriam ter “respeitado a paridade entre servidores ativos e inativos”, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego). Segundo a presidente, Bia de Lima, a luta agora é para fazer com que a previdência estadual (Goiás Prev), equipare os pagamentos para os inativos.

Conforme expõe a sindicalista, o adiantamento dos salários em atraso foi viabilizado por uma negociação entre Sintego, Secretaria de Estado da Educação (Seduce) e Secretaria da Fazenda (Sefaz), os quais deveriam ter comunicado à Previdência Estadual (Goiás Prev) do que havia sido definido.

“A ideia é que o governo iniciasse os pagamentos com o dinheiro que havia em caixa. De início, pedimos pagamentos para quem ganhava até R$ 3,5 mil, mas foi impossível e reduzimos a proposta. Deu certo para os ativos, mas o pessoal da Goiás Prev não acompanhou. Fui buscar respostas no órgão e a presidente afirmou que não estava sabendo de nada. Tem que se atentar então, né (sic)”, questiona.

À despeito do negociado, a situação dos aposentados e pensionistas da Educação é a mesma daqueles vinculados às outras pastas da administração pública no que diz respeito ao Poder Executivo. É o que reforça o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público no Estado de Goiás (Sindipúblico) – o qual também representa os inativos –, Nylo Sérgio.

“Estamos na mesma: todo mundo passando fome junto e o descontrole teve início com o não pagamento da folha de dezembro. Até o momento, apenas funcionários da Saúde, Educação e Trabalho receberam parte ou a totalidade dos pagamentos em atraso. A maioria ainda vive a angústia da falta de dinheiro. Não é justo que uma pasta seja priorizada em detrimento da outra”, afirma Nylo.

O próximo passo, segundo o presidente, é persistir nas negociações para que o governo encontre uma forma de contemplar uma fatia maior de servidores nos pagamentos parcelados, que estão previstos para terem início em março. Ao todo, segundo o Portal da Transparência,  Goiás tem 170.497 servidores, dos quais 35% são inativos. Entre esses últimos, a maioria (64,50%) é de ex-trabalhadores da Educação, que representam 39.160 pessoas.

De acordo com a presidente da Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas do Estado de Goiás (Afapego), Maria do Rosário Aires, além do salário de dezembro em atraso, funcionários inativos que fazem aniversário naquele mês também não viram depositados os décimos terceiros.  “Não recebemos reclamações, mas ficar sem receber é uma dificuldade para quem ganha pouco e planeja suas atividades de acordo com os vencimentos. Realmente é um choque, mas estamos aguardando, esperando que a Goiás Prev deixe tudo de acordo”.

Ao Mais Goiás, a assessoria de imprensa da Goiás Prev afirmou que os pagamentos foram feitos de acordo com cronograma recebido via Sefaz, o qual não incluía servidores inativos. A Secretaria da Fazenda (Sefaz) disse que os recursos do Fundeb não podem ser utilizados para quitar folha salarial de pensionistas e inativos. “Como os demais servidores do Executivo estadual, o pagamento referente ao mês de dezembro dessa categoria seguirá o cronograma previsto pelo Governo”, informa nota oficial.

*Matéria atualizada às 16h43min