Um novo protesto realizado nesta quarta-feira (31) pelos aprovados do concurso para agentes prisionais tumultuou o trânsito da Praça Cívica, no Centro de Goiânia, na tarde de hoje. Cerca de 100 pessoas se reúniram às 11 horas em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira e continuam no local até o momento.
Segundo um dos aprovados no concurso, Anderson Arruda Mendes, os manifestantes reinvidicam a homologação imediata dos aprovados do último certame para agentes prisionais, realizado em 2014. “A gente não quer causar tumulto nem prejuízo para a sociedade, mas essa [manifestação] é a única forma da gente chamar a atenção do governo”, justifica.
Os manifestantes explicam que já tentaram se reunir por diversar vezes com o vice-governador e atual secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP), José Eliton, mas ainda não conseguiram ser recebidos por ele. “O governo tem se mostrado inerte, não emitiu nenhuma nota, nenhum posicionamento,” reclamou Anderson.
Ainda de acordo com o candidato aprovado no concurso, o governo ainda tem contratato agentes de forma temporária, mesmo depois da decisão judicial que proibiu esse tipo de contratação. Essa situação já havia sido denunciada em reportagem do Mais Goiás pelo presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal de Goiás (Sinsep-GO), Wellington Pereira Matias. Segundo o sindicalista, o concurso realizado em 2014 prevê um salário incial de R$ 4 mil, mas o governo tem lançado mão de contratações temporárias mais baratas para suprir o cargo dos efetivos. “Hoje eles contratam uma mão de obra temporária pagando um salário de R$ 700 e um complemento de risco de vida, isso é um verdadeiro absurdo! Que compromisso tem um agente de segurança prisional ganhando um salário de R$ 700?”, questiona.
Durante a tarde de hoje, o grupo se dividiu e parte foi até a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás cobrar uma solução junto aos deputados estaduais. A outra parte dos manifestantes continuaram concentrados na Praça Cívica, onde fizeram paralisações pontuais no trânsito. Segundo Anderson, os manifestantes não vão deixar o local enquanto não forem ouvidos por algum representante do governo. “Não pretendemos parar enquanto não houver um acordo com o governo, porque isso é um direito nosso!É até humilhante a gente ter que passar por isso. Nós estudamos, gastamos dinheiros e passamos em todas as fases do concurso”, frisou.
Resposta
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) informou que o atraso no processo é “em função de questionamentos e concessão de liminares a candidatos por parte do Ministério Público e do Poder Judiciário.”
A pasta ainda ressaltou, no comunicado, que está fazendo todos os esforços possíveis para “destravar, de forma definitiva, o andamento do referido processo seletivo.”