Apuração por morte de advogados continua com foco em possível mandante
Outro esforço realizado pela Polícia Civil é o de investigar eventuais interessados nas mortes dos profissionais para tentar identificar mais possíveis participantes no crime
A Polícia Civil (PC) informou, na manhã desta terça-feira (2), que as investigações sobre as mortes de dois advogados no Setor Aeroporto, em Goiânia, seguem ativas. O intuito, agora, é identificar possível mandante do crime e buscar e identificar pessoas que tenham se “beneficiado” com as execuções. “O inquérito policial está sob sigilo e a DIH só voltará a falar do caso quando a investigação for concluída”, reforça a corporação em nota.
Suspeitos vinculados diretamente com o duplo homicídio foram localizados na sexta-feira (30/10) no estado do Tocantins. Pedro Henrique Martins Soares, de 25 anos, foi preso, em Porto Nacional (TO). Um segundo suposto envolvido no crime, identificado como Jaberson Gomes, de 24 anos, morreu em tiroteio com policiais militares do mencionado estado.
Em depoimento prestado em Goiânia, Pedro Henrique confirmou participação no crime, mas que o mesmo teria se tratado de um latrocínio – roubo seguido de morte. No entanto, essa versão não convenceu a força-tarefa montada para investigar o caso.
A apuração é acompanhada pela Ordem de Advogados do Brasil (OAB-GO). O presidente da Comissões de Segurança Pública e Política Criminal e Apuração de Crimes Violentos Contra Advogados, Edemundo Dias, destaca que pode ser que haja mais de um mandante. “O trabalho da PC foi muito exitoso. Infelizmente, um dos suspeitos morreu e isso dificulta um pouco a investigação, mas ela segue para encontrar um possível mandante ou possíveis mandantes”, afirma.
O crime
Toda a dinâmica do crime foi elucidada pela polícia. Pedro e Jabson chegaram em Goiânia no dia 24 e se hospedaram em um hotel do Centro. Por volta das 14h do dia 28, ambos foram até o escritório dos advogados onde cometeram os crimes. Segundo o delegado Rhaniel Almeida, foi Pedro Henrique quem disparou contra as vítimas. Ele deu três tiros em uma e fez um disparo em outra com um revólver calibre 38.
Logo após o crime, por volta das 15h10, os suspeitos saíram de Goiânia e rumo à Anápolis. De lá, partiram de ônibus para Palmas, Tocantins. Eles, no entanto, desembarcaram em Porto Nacional. Já no dia 30, os policiais goianos estavam no encalço de ambos na cidade tocantinense e conseguiram capturar Pedro Henrique.
Jadson, na ocasião, não foi localizado por ter ido ao uma propriedade rural. Ele acabou ficando sabendo da captura do comparsa e se escondeu, mas acabou sendo encontrado pela Polícia Militar tocantinense e acabou morto.
“Pedro Henrique é, por fama, considerado um dos maiores matadores do estado do Tocantins. Segundo ele, com os dois advogados, soma 12 mortes”, disse Rhaniel Almeida.
Uma reportagem da Record TV Goiás destacou que um agiota pode ter encomendado a morte dos advogados após as vítimas terem ganhado uma causa contra ele.