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Aragarças registrou a 2ª temperatura mais alta do Brasil em 2023, diz Inmet

O calor chegou a 44,3°C na cidade no dia 19 de outubro

Aragarças, em Goiás, está entre os municípios brasileiros que mais registraram altas temperaturas neste ano. É o que aponta um levantamento do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Segundo o instituto, o calor chegou a 44,3°C na cidade no dia 19 de outubro.

Aragarças só ficou atrás Araçuaí, cidade mineira de pouco mais de 34 mil habitantes no Vale do Jequitinhonha: A temperatura registrada no domingo (19) foi de 44,8°C.

Contudo, diferentemente de Araçuaí, que teve um pico de calor em um dia específico, Aragarças já havia ficado em primeiro lugar no ranking do Inmet em outras duas ocasiões.

As três marcas foram registradas entre outubro e novembro, em um espaço menos de 30 dias.

“Me sinto mais ofegante e com falta de ar”

Guilherme Bispo, de 29 anos, diz que está acostumado às temperaturas altas em Aragarças, mas que ainda assim é preciso adaptar a rotina nos dias mais quentes.

Guilherme é cadeirante: ele tem distrofia muscular, uma condição genética hereditária que faz com que seus músculos se enfraqueçam gradualmente. Ele trabalha de casa como criador de conteúdo e passou a levar o computador para a varanda na tentativa de sentir menos calor.

Ele conta ainda que evita sair na rua à tarde. “Ir ao mercado, buscar medicamentos e consultas médicas marcamos apenas pela manhã”, explica.

Segundo Guilherme, os dias quentes são mais complicados para ele, que se locomove de cadeira de rodas. O estofado do equipamento e a necessidade de estar sempre sentado fazem com que ele transpire ainda mais.

“Com o aumento da temperatura, eu me sinto mais ofegante e sinto falta de ar. Isso me causa ainda mais desconforto”, diz ele.

Tomar banhos de mangueira no quintal é uma das medidas tomadas na tentativa de amenizar o calor. “Mas, por ser uma cadeira motorizada, não posso molhá-la, então, quando quero me refrescar na mangueira, minha esposa precisa me ajudar a sentar em uma cadeira comum”, diz Guilherme.

A casa em que o criador de conteúdo mora não tem forro nem ar-condicionado, o que torna os dias quentes especialmente sofridos. “Deixamos tudo aberto, colocamos balde de água no quarto e toalhas molhadas na cabeceira da cama, além de sempre deixar ventiladores ligados 24 horas em todos os cômodos em que estamos”, acrescenta.

“Às 21h, ainda está 35°C. Nem me lembro quando foi a última vez que fechei a janela do quarto para dormir ou que usei cobertor”, conclui Bispo.

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