Artigo publicado em revista internacional enumera potenciais terapêuticos do pequi
A partir de outubro começa a temporada do pequi, em Goiás. Mas o fruto também…
A partir de outubro começa a temporada do pequi, em Goiás. Mas o fruto também tem dado o que falar no exterior e não é sobre comida. 25 estudos, publicados em um artigo no Journal Academic – Journal of Medicinal Plants Research, da Nigéria, enumeraram potenciais terapêuticos para o pequi, como: anti-inflamatório, antioxidante, antifúngico, antibiótico, antineoplásico, neuroprotetor, regulação da pressão arterial e análise da toxicidade de diferentes partes da planta.
São autores: Fábio Fernandes, Bruno Filho, Wanessa Ferreira Ataíde, Mônica Rodrigues Ferreira Machado, Ariel Eurides Stella, Liliane Nebo, Sandra Aparecida Benite-Ribeiro, Frederico Augusto Guimarães Guilherme e Andréia Vitor Couto do Amaral.
Andréia é veterinária orientadora de mestrado na Universidade Federal de Jataí (UFJ), bem coordenadora do grupo de pesquisa. Segundo ela, o intuito era saber todos os efeitos terapêuticos do pequi, saber do que ele era capaz. “Então, estudamos todos os trabalhos já publicanos em periódicos científicos de qualidade nos últimos dez anos (25, ao todo).”
Ela reforça que foram vistos muitos efeitos benéficos no fruto, inclusive cicatrizante. “O que mostra que estamos no caminho certo.” A pesquisadora também informou que os pesquisadores trabalham em um colírio com pequi. “Já está em fase de avaliação clínica em animais.”
Segundo a docente, o artigo deve ser publicado em outras revistas científicas em breve. “Este trabalho é importante para que o mundo conheça o pequi, um fruto nosso, do cerrado. E nós estudamos todas as propriedades de pequi no núcleo de pesquisa de Jataí.”
Observações do artigo científico sobre os potenciais terapêuticos do pequi
Segundo o artigo, os resultados mostraram que o óleo de pequi ajudou a melhorar a anisocitose (que pode ocorrer em anemias causadas por deficiências de vitaminas ou minerais), bem como a capacidade de transportar oxigênio no sangue. E mais: “Observaram que o óleo de pequi atuou como antioxidante, reduzindo danos aos tecidos causados por radicais livres durante exercícios extenuantes, atuando como um protetor do fígado, formando uma barreira contra outros processos metabólicos prejudiciais, como necrose, fibrose, esteatose e cirrose.”
O fruto também mostrou ser um antifúngico natural, a depender da concentração, assim como antiparasital. Além disso, também tiveram testes em relação a pressão arterial. “Neste estudo foi mostrado que o extrato forneceu a modulação dos efeitos vasculares em ambos os modelos experimentais, apontando assim o potencial para ser usado na regulação de pressão.” E ainda: “Notou-se que a ingestão de tal composto foi capaz de reduzir a pressão arterial dos atletas, independente de gênero.”
A conclusão do artigo, contudo, é que “os principais extratos extraídos do C. brasiliense [nome científico], para fins terapêuticos, são a polpa ou a casca”, sendo o principal tratamento o uso oral.
“Os estudos toxicológicos já realizados mostraram baixa toxicidade da polpa, pele e folhas. Os benefícios terapêuticos verificados neste estudo consistiam principalmente de antioxidantes, anti-inflamatórios, antimicrobiano, antineoplásico, antiparasitário e sanguíneo atividades de controle de pressão. Tendo em vista as múltiplas ações terapêuticas apontadas na nesta revisão sistemática, o uso continuado de C. Brasiliense em pesquisas com fins farmacológicos, toxicológicos, ensaios pré-clínicos e obtenção de formulações terapêuticas é justificado”, conclui.
Confira na íntegra AQUI.