Associação de advogados defende juíza de Goiás que soltou detenta vegana
Em nota, a Abracrim, em defesa de Placidina, afirma que a juíza sofreu com "equivocadas e imerecidas críticas" e que há uma "deturpação da verdade e do direito" no caso
A Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) divulgou, na última terça-feira (5), uma nota de apoio à juíza goiana Placidina Pires após a decisão da magistrada de soltar uma interna ser amplamente repercutida e criticada pelo teor controverso. Na nota publicada, a Abracrim, em defesa de Placidina, afirma que a juíza sofreu com “equivocadas e imerecidas críticas” e que há uma “deturpação da verdade e do direito” no caso.
Em dezembro do ano passado, Placidina determinou a soltura de uma advogada que havia sido presa suspeita de integrar uma quadrilha voltada para a lavagem de dinheiro e jogos de azar, sob a alegação de que o Estado não poderia prover à detenta, que é vegana, um cardápio adequado e específico que exclua alimentos de origem animal.
No entanto, conforme a Abracrim, a decisão da magistrada foi “fundamentada na lei, na Constituição Federal” e que os motivos que a embasaram vão “além da circunstância da beneficiada ser ‘vegana'”.
“Na decisão, a julgadora sustentou que a acusada apresentava grave estado de saúde, além de ser [ré] primária e possuir bons antecedentes, e que o crime a ela imputado não fora praticado com violência ou grave ameaça, que a mesma possui endereço certo e é advogada”, justifica a Abracrim.
Na nota, assinada pelo presidente em exercício da Abracrim nacional, Sheyner Ásfora, e pelo presidente da Abracrim Goiás, Alex Neder, a associação diz lamentar que, num “cenário civilizatório, a desinformação e deturpação da verdade e do direito tenha [sic] tomado rumos nefastos”, reafirmando seu apoio à decisão de Placidina, que substituiu a prisão em regime fechado da advogada por liberdade condicional com monitoramento por tornozeleira eletrônica.