Aos poucos, especialmente depois do início do segundo mandato do prefeito Paulo Garcia, os goianiense têm se acostumado com a presença da bicicleta no cotidiano. Boa para o meio ambiente, boa para o bolso e boa para saúde, a utilização da bicicleta para quem está indo estudar ou trabalhar ganha adeptos a cada dia, o que tem garantido, inclusive, melhorias na trafegabilidade dentro da cidade. Por isso, não é surpresa que a proposta de implantação de bicicletários públicos na capital tenha ganhado respaldo junto a ativistas.
O projeto, apresentado nesta terça-feira (5/7), prevê a instalação de 30 estações com 300 bicicletas públicas compartilhadas em pontos estratégicos da cidade. O edital para a implantação do serviço já está aberto e a expectitiva que é que até final do ano as bikes já estejam circulando pela capital. No entanto, o sistema depende de apoios de integrantes do setor privado que deverão gerir e cuidar da manutenção e logística do sistema.
A arquiteta Gabriela Silveira acredita que o projeto tem tudo para dar certo. Ela, que adotou a bicicleta em seu dia a dia há cinco anos, compara a iniciativa com outras implantadas em cidades como Belo Horizonte e São Paulo. “São lugares em que se aumentou bastante o uso da bicicleta depois da implantação. Os sistemas são bastante utilizados”, afirma.
Gabriela lembra que em 2012 uma proposta semelhante foi apresentada, mas não obteve o resultado esperado junto à iniciativa privada e à população. “Espero que desta vez funcione. Agora Goiânia está mais preparada, mais receptiva. Várias coisas foram feitas e a bicicleta está mais visível. Isso facilita”, avalia.
Para ela, mesmo as tão criticadas ciclofaixas de fim de semana são parte fundamental no processo de assimilação do uso da bicicleta como parte integrante da cidade. “A ciclofaixa é um convite para quem esta começando a andar de bicicleta. Se não treina, não tem como usar no dia a dia”, pondera. “É um dos passos também para as pessoas andarem mais de bicicletas, sentir mais a cidade, mesmo que não seja permanente a princípio. Faz parte do início do processo.”
O advogado Eduardo da Costa Silva também vê uma diferença na mentalidade do goianiense de quatro anos para cá. “Agora existe uma infraestrutura. Esse veiculo modal tem sido mais observado. Antigamente, era intruso; hoje está começando a ser visto como parte integrante”, ressalta.
Ele pontua, porém, que os investimentos em infraestrutura não devem parar, especialmente com o lançamento de incentivos como esses, que devem gerar cada vez mais entusiastas para o ciclismo. “Eles [Poder Público] devem paralelamente continuar com os incentivos, com campanhas de educação e ampliação de ciclovias e ciclofaixas”, diz. O advogado considera a falta de interligação dos modais como o principal problema que precisa ser resolvido nesse sentido.
O presidente da Federação Goiana de Ciclismo, João Batista Alves dos Reis, soube da proposta por meio do contato da reportagem e demonstrou bastante entusiasmo com a ideia. “Que bom que estamos tendo isso. Acredito que vai dar certo”, comemorou.
Ele analisa que a implantação dos bicicletários proporcionará uma melhoria na condição de vida para toda a população. “De uns tempos para cá houve uma mudança exponencial na quantidade de adeptos e Goiânia só tem ganhado com isso. Os próprios ciclistas e os motoristas também. Muitos, inclusive, adotaram a bicicleta e hoje vivem os dois lados”, destaca.
O presidente espera que a população perceba como a cultura do uso da bicicleta traz benefícios “para a saúde e para o bolso”, além de ser ecologicamente correta. “Nossa cidade contempla isso muito bem. Não é um lugar cheio de morros, então temos essa facilidade.”
Mas ele também destaca que a continuidade nas obras de infraestrutura são fundamentais para que a política de incentivo à bicicleta dê certo. “Gostaria que dessem andamento e que fosse realizado o projeto por completo. Às vezes esbarram em alguns problemas e ficam parados por muito tempo”, reclama. “Mas é uma iniciativa que tem valido a pena. Só tem gerado benefícios para todo mundo.”