Luto

Ato em memória da violonista Mayara Amaral é realizado na UFG

A musicista foi assassinada a marteladas em julho deste ano, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul

Um ato contra o feminicídio e em defesa da memória da violonista Mayara Amaral será realizado nesta quarta-feira (16), das 16h às 18h, na Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da Universidade Federal de Goiás. Mayara tinha 27 anos; ela desapareceu no dia 24 de julho e seu corpo foi encontrado carbonizado às margens da rodovia MS-080, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Mestra pela UFG, Mayara abordou a igualdade de gênero na defesa de sua dissertação, que teve como tema as mulheres que compuseram melodias para violão na década de 1970. Durante o mestrado, Mayara morou em Goiânia, mas na época do crime já havia voltado a viver em Campo Grande.

Durante o ato de amanhã, serão realizadas oficinas de cartazes e meditação, cortejo com o grupo Coró Mulher, sarau de músicas, leituras e ainda a instalação de um grande violão com flores em homenagem à Mayara.

Cida Alves é uma das organizadoras do evento e afirma que o objetivo do ato é chamar atenção da sociedade para o crime praticado contra Mayara. “Casos de violência como este acontecem todos os dias. É uma homenagem a esta vítima em especial e também uma ação de solidariedade às famílias que passam por situações como esta”, explicou Cida.

Irmã de Mayara, Pauliane Amaral, conta que a musicista era muito talentosa. Quando apresentou sua dissertação de mestrado, um dos membros da banca que a avaliava se ofereceu para orientar a pesquisa de doutorado dela, caso ela passasse no processo seletivo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Lamento que a morte da minha irmã tenha sido tratada pela imprensa da forma como foi, dando mais voz aos assassinos do que à nossa família, dando a entender que, de alguma forma, o que eles fizeram poderia ser justificado”, disse Pauliane em entrevista ao Mais Goiás.

Crime

De acordo com a Polícia Civil, Mayara foi assassinada a marteladas. Os principais suspeitos são Luís Alberto bastos Barbosa, de 29 anos, e Ronaldo da Silva Onedo, de 30. Anderson Sanches Pereira, de 31 anos, é suspeito de ter ajudado a ocultar o corpo da vítima.

Luís teria atraído Mayara, com a promessa de um encontro. Depois do matar Mayara, os três roubaram seus pertences. Em depoimento, Ronaldo disse que Luís é o responsável pelo crime, pois planejou toda a ação. Luís foi o único que confessou.