Atrasos no terminal provisório do Isidória são relatados por usuários do transporte coletivo de Goiânia
Os relatos de quem usa o terminal para ir de casa ao trabalho e vice-versa são, principalmente, sobre a demora para descer ou subir nos ônibus
Os usuários do transporte coletivo de Goiânia relatam transtornos e atrasos no embarque e desembarque, enfrentados no terminal provisório do Isidória. A nova etapa da obra do BRT Norte-Sul, no Setor Sul, teve início na segunda-feira (23), com a desativação do espaço. A Prefeitura construiu uma plataforma provisória a 500 metros de distância do antigo terminal. Os dois primeiros dias de uso do terminal provisório geraram transtornos, como superlotação da plataforma.
A enfermeira do Hospital Estadual de Urgências de Goiânia (Hugo), Cristiana Dias, de 43 anos, conta que demora até 20 minutos só para os ônibus entrarem no terminal, deixarem os passageiro e saírem novamente. A reclamação é de que o local ficou estreito, como um “curral”, dificultando o acesso. “Fiquei 20 minutos dentro do ônibus da linha 002 para conseguir descer e embarcar no 005. Todo mundo brigando e dizendo que ia quebrar o ônibus, que ia por fogo. O lugar ficou um caos”, revela Cristiana, que normalmente precisa de cinco minutos para pegar o coletivo quando sai do plantão. “O espaço ficou pequeno para a quantidade de ônibus que transitam lá”, resume.
Uma técnica de enfermagem que também trabalha no Hugo, Patrícia Gomes, de 38 anos, reforça sobre o pequeno espaço e os consequentes atrasos. “O local não suporta a quantidade de passageiros e ainda teremos que aguentar essa situação por um ano”, lamenta. Patrícia mora em Nerópolis, região metropolitana da capital, e faz o trajeto de casa ao Hugo há quatro anos. “No antigo terminal levava cerca de 20 minutos entre descer do ônibus dentro do local e a espera pelo coletivo que me leva para Nerópolis. Nesses dois dias usando o terminal provisório a espera subiu para quase uma hora”, reclama a usuária.
O gerente de farmácia localizada em frente ao antigo terminal, Wilson Simões Filho, de 52 anos, escuta reclamações diárias, principalmente de idosos. “O setor Pedro Ludovico é antigo e a população regional é mais idosa. Imagina o transtorno que significa para uma pessoa de 70 anos, ou mais, caminhar 30 minutos do antigo terminal para o provisório?”, questiona. Ele conta que já fez o percurso em 10 minutos à pé e que tem 52 anos, por isso, idosos levam mais tempo no deslocamento. “As autoridades vão ter que preparar os ouvidos por um ano”, diz sobre o período em que o terminal provisório vai funcionar.
Resposta da RedeMob
O Diretor de Transportes do Consórcio RedeMob, órgão gestor dos terminais da Rede Metropolitana de Goiânia, Cézane Eduardo Siqueira, pede paciência aos usuários nestes primeiros dias úteis de funcionamento. “A população precisa entender que está usando um terminal provisório, feito de forma paliativa até que o terminal definitivo fique pronto. A área foi escolhida pela Prefeitura de Goiânia junto com o Conselho Metropolitano de Transportes Coletivos (CMTC) e a RedeMob apenas administra o local”, explica.
Nesses primeiros dois dias úteis, segundo avaliação do diretor, houve pouco impacto operacional. “Conseguimos operar de forma eficiente nesses dias. Em relação aos atrasos frisamos que não está relacionado diretamente à infraestrutura do terminal provisório. Muitas linhas que passam pelo Isidória também sofrem com as intervenções que o Paço está fazendo na cidade. Os ônibus circulam no mesmo espaço que os carros, então tivemos linhas com atrasos de até uma hora. Mas esperamos que muito em breve esses casos sejam resolvidos”, estima Siqueira.
*Atualizada às 17h49