Educação

Aulas da rede municipal em Aparecida podem voltar em agosto, diz secretário

Aparecida deve ter retorno às aulas presenciais a partir de agosto, é o que diz…

Aparecida deve ter retorno às aulas presenciais a partir de agosto, é o que diz o secretário municipal de educação, Divino Eterno. Cerca de 90% dos profissionais de educação no município já receberam a primeira dose de vacinação contra Covid-19, mas é necessário aproximadamente mais três meses para que a imunização seja completada com a segunda dose. O retorno às aulas presenciais sem a imunização completa dos professores foi respaldada pelo Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao novo Coronavírus em Aparecida de Goiânia (COE).

Divino afirma que o retorno às aulas presenciais será feito com muito cuidado e de forma gradual. “No primeiro momento, vamos estabelecer o limite de 30% de alunos matriculados nas escolas e o objetivo principal será o replanejamento do ensino dos mais prejudicados”, disse. O titular da pasta destacou que a qualidade de ensino está sendo prejudicada pelas aulas à distância e será necessário um trabalho de resgate da aprendizagem perdida, principalmente para alunos que não têm acesso às aulas online e crianças com algum tipo de deficiência. “Esse será o nosso foco”, declarou.

O secretário de educação do município ainda disse que, além da redução do limite de alunos em salas de aulas, as atividades pedagógicas serão feitas sem intervalo de recreio. “Para evitar aglomerações, vamos manter apenas o intervalo de lanche”, disse. Divino afirmou que todos os protocolos de saúde e higienização para combate ao Coronavírus, como uso de máscara e do álcool em gel 70%, deverão ser respeitados nas unidades de ensino.

Autonomia

Cada unidade de ensino possui autonomia de para coordenar as atividades pedagógicas por meio da Direção. No entanto, Divino explica que a Secretaria Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia (SME) criou um comitê interno para implementação de diretrizes internas sobre a recuperação do processo educacional e acompanhamento dos protocolos de saúde e prevenção à Covid-19 dentro das unidades educacionais.

De acordo com o titular da pasta de educação, as reuniões do comitê interno da SME devem acontecer semanalmente, a partir da próxima sexta-feira (11). O secretário reitera que todas as decisões da SME estão sendo feitas a partir de reuniões e laudos técnicos apresentados no COE e respaldados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que coordena o comitê.

O que pensam os professores?

O pedagogo e diretor da Escola Municipal Nova Olinda, em Aparecida de Goiânia, Marcos Acácio acredita que o ideal seria que o retorno às aulas acontecesse apenas depois da imunização completa dos professores. No entanto, percebe que a maior parte dos professores da rede municipal de ensino quer a volta às aulas, pois há um consenso de que as atividades remotas tem prejudicado muito o processo educacional dos alunos, principalmente para aqueles que não tem acesso à internet e precisam recolher as atividades nas unidades de ensino.

Para o educador, os principais desafios para o retorno às aulas seriam o atendimento aos protocolos sanitários e o replanejamento educacional para os alunos. “Pelo que a gente tem percebido, as crianças estão se comportando individualmente com o uso de máscara. Mas uma coisa, é o comportamento da criança sozinha e outra coisa, é o comportamento dela quando está inserida no coletivo”, declarou.

Sobre a recuperação do processo de aprendizagem, Marcos diz que o maior desafio será na verificação do nível de habilidades das crianças, caso a caso. “Só a partir dessa análise individual, vamos conseguir planejar ações para alinhar os processos de leitura, escrita e habilidades matemáticas de forma coletiva”, defendeu.

Alunos prejudicados

Desde de que as atividades pedagógicas da rede municipal de ensino passaram a ser realizadas de forma remota, Renilson Júnior Neres, de 7 anos, não consegue assistir às aulas online. Como alternativa, a mãe de Renilson, Luciene Soares, recolhe atividades pedagógicas impressas na unidade de ensino onde o filho está matriculado. Ela afirma que o ensino de Renilson está sendo prejudicado. “Sei que, mesmo para os alunos que conseguem ter acesso a internet, o processo de aprendizagem fica difícil, mas quem não consegue, fica mais complicado ainda”, lamenta.

Luciene diz que antes da pandemia, seu filho adorava ir à escola e fazer tarefas de casa. Hoje, a mãe percebe que Renilson está muito desestimulado à continuar os estudos. “Quando eu falo para ele fazer a tarefinha, ele me responde que não tem vontade porque ‘é só copiar’”, afirma. De acordo com o secretário de educação, 16% dos alunos matriculados na rede municipal de ensino não conseguem acessar as aulas remotas ou atividades no sistema online Ambiente Virtual de Aprendizagem de Aparecida (Avap).