Em falta na rede pública, procura pela vacina contra H1N1 em clínicas particulares aumenta em Goiânia
Goianienses enfrentraram longas filas nos poucos estabelecimentos que ainda possuem a vacina em estoque na capital. Imunização gratuita à população só começa no dia 23 de abril
Desde o início do ano, três pessoas morreram com diagnóstico positivo para H1N1 em Goiás. No último domingo (1), a morte de um pediatra da rede municipal de saúde de Goiânia aumentou o alerta sobre os riscos de contaminação pelo vírus e, consequentemente, a procura pela vacina que, atualmente, só está disponível na na rede particular.
A Secretaria de Vigilância em Saúde informou que a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza na rede pública, que antes começaria no dia 16 de abril, foi adiada devido ao atraso da entrega da vacina pelo Instituo Butantan. Por isso, a imunização gratuita à população só deve começar em 23 de abril, e deve se estender até 1º de junho.
Em Goiânia, aqueles que não querem esperar pela vacinação gratuita da rede pública estão enfrentando longas filas nas clínicas particulares. O Mais Goiás esteve em uma das unidades da Clínica de Vacinas Santa Clara, em um shopping do setor Bueno. Lá, a procura pelo imunobiológico aumentou nos últimos dias devido a confirmação dos diagnósticos positivos de H1N1 no Estado, informou uma das funcionárias do local que vende as vacinas por R$ 100 (trivalente) e R$140 (quadrivalente).
Por ser uma das poucas clínicas a ter a vacina disponível na capital, uma longa fila de clientes se formou na Santa Clara na manhã desta terça-feira (3). A enfermeira Rafaela Rodrigues, que está grávida, chegou a ir na Unimed, onde foram distribuídas 600 senhas para a vacinação, mas ela não conseguiu atendimento. “Fiquei sabendo que aqui ainda tinha doses então corri pra cá para ser vacinada. Além de mim, quero vacinar o meu esposo e também o meu filho para garantir a imunização da minha família”, conta.
Por nota, o Procon informou que está acompanhando a situação, contudo, as empresas privadas que oferecem o serviço de vacinação não estavam programadas para atender a grande demanda pela imunização. Já a Unimed Goiânia informou que a procura foi elevada nos últimos dias e o limite de atendimento se restringe a 600 senhas por dia.
Locais de venda na região metropolitana
Nossa equipe entrou em contato com outras sete clínicas particulares que oferecem a imunização contra a gripe em Goiânia e Aparecida, sendo que uma delas possuiu quatro unidades espalhadas pelos municípios. Em cinco delas não há disponibilidade da vacina. Uma não respondeu à solicitação sobre o estoque do produto.
Em Goiânia, os dois tipos de vacina contra a gripe estão em falta na Cedipi, no Setor Marista; na Climip, localizada no mesmo setor; na Clínica Ymune, no Setor Sul e nas quatro unidades do Laboratório Padrão (Setor Bueno, Setor Sul, Conjunto Cachoeira Dourada e Setor Marista). Nesses locais, não há previsão de reposição de estoque, mas o Laboratório Padrão se comprometeu a divulgar em seu site a as datas de chegada do produto.
O Centro de Vacinação da Unimed Goiânia informou que ainda possui estoques da vacina, mas o limite de senhas distribuídas para a vacinação é de 600 por dia. O valor da vacina trivalente é R$ 50 (para beneficiários da Unimed) e R$ 60 (para não beneficiários). Já a vacina quadrivalente, quando disponível, custa R$ 70 (para beneficiários) e R$ 80 (para não beneficiários).
A Clínica Vaccine Care, no Setor Aeroporto, não informou se há estoque da vacina. Em Aparecida de Goiânia, a Clínica Vacina Express também está sem doses da imunização. Os valores das doses variam entre R$ 50 e R$ 160 dependendo do tipo e em algumas clínicas é possível parcelar esta quantia.
Dois tipos de vacinas
Há duas vacinas disponíveis: a trivalente e a tetravalente (ou quadrivalente). A proteção contra o H1N1 está contida nas duas. A diferença está nos vírus nelas contidos:
Trivalente: A (H1N1); A (H3N2); Influenza B do subtipo Brisbane
Tetra ou Quadrivalente: A (H1N1); A (H3N2); 2 vírus Influenza B, que são os subtipos Brisbane e Phuket.
Ambas são indicadas para todas as pessoas, exceto para bebês com menos de 6 meses de idade. Dependendo do fabricante da vacina, um dos tipos da tetra só pode ser dado para crianças maiores de 3 anos de idade. A Trivalente pode ser dada para todos acima de 6 meses. Crianças de 6 meses a 1 ano tem que tomar duas doses com intervalo de 1 mês. (Com informações da Agência Brasil)