Aumento da fome e ceia de Natal de famílias carentes é tema do Mais Goiás.doc
Personagens relatam sobre a falta de alimentos e a dificuldade de comemorar o Natal neste ano
Com o aumento da inflação e o aumento dos preços dos alimentos, toda a população sofre. Os mais afetados, porém, são pessoas em vulnerabilidade financeira. O Natal, que seria um momento de alegria e comemoração, se torna um momento de tristeza e angústia para quem não tem o que comer. O Mais Goiás.doc desta semana mostra a realidade destas famílias. (Assista ao documentário no final da matéria).
No Brasil, pelo menos 19 milhões de pessoas passam fome, segundo os dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). Em Goiás, a situação não é diferente. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que a cada 100 goianos, 24 vivem com até R$ 450 por mês.
Roseli Tavares parou de trabalhar assim que a filha nasceu. Devido à falta de vagas nas creches e ao fato de ela não ter família em Goiás para cuidar da criança enquanto ela trabalha, ela não pôde arrumar um emprego. Por isso, somente o marido trabalha. Com um salário mínimo, que hoje é R$ 1.100, ele paga o aluguel de R$ 500, água, luz e faz as compras do mês para sua casa.
Ela disse que a família já passou por muitas dificuldades financeiras e até falta de alimento em casa. “Tem hora que eu choro em silêncio”, diz Roseli, com os olhos cheios de lágrimas.
Aumento da fome e ceia de Natal de famílias carentes: furtos famélicos
Em razão do aumento da fome, os números de furtos famélicos, quando alguém furta algum item para sua sobrevivência ou de outra pessoa, também cresceu, conforme dados da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO). “Entre o período de julho e outubro, quase 20% dos furtos praticados eram famélicos”, afirmou o defensor público Luiz Henrique Silva Almeida.
Aumento da fome e ceia de Natal de famílias carentes: ajuda
Para tentar amenizar a situação, pessoas e associações recolhem alimentos, roupas e brinquedos para doar para famílias em vulnerabilidade. Marles Sales, fundadora do grupo Amor de Mãe, diz que as crianças costumavam a mandar cartinhas pedindo por brinquedos, porém hoje elas pedem por comida. “Nossa esperança é que a criança não tenha que pedir um quilo de arroz, um quilo de feijão”, conta.
Outro exemplo de solidariedade é Nilza de Fátima, que monta cestas básicas para doar para pessoas no Natal. Ela diz que sempre pede alimentos para seus conhecidos e família e vai montando as cestas com o alimentos não perecíveis. Nilza começou com uma cesta básica, mas diz pretende doar pelo menos 10 por ano.
“Acho que se eu estivesse ganhando alguma coisa que eu quisesse muito, eu não ficaria tão igual eu estou podendo doar. Eu fico muito feliz. É sem explicação”, finaliza.
Assista ao documentário completo: