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Aumento do consumo de álcool na pandemia acentua casos de doenças do fígado

Uma pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que ouviu 12 mil pessoas de…

Uma pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que ouviu 12 mil pessoas de 30 a 39 anos, mostrou que 35% delas aumentaram o consumo de bebidas alcóolicas durante a pandemia. O empresário goiano Paulo Henrique Prado, de 30 anos, é um desses casos. Paulo conta que seu consumo de álcool durante os períodos de restrições devido à Covid-19 praticamente dobrou – e com esse comportamento, vieram as reações negativas do organismo.

Ao Mais Goiás, o empresário relata que o que era um hábito reservado aos fins de semana passou a ser quase diário. “Antes bebia cerveja no fim de semana. Mas ficando mais em casa, tem o home office, a ansiedade, acabo inventando uma moda, faço um petisco enquanto estou trabalhando e acabo bebendo uma cerveja pra relaxar também”, diz.

Essa rotina acabou lhe trazendo problemas de saúde. Paulo revela que, com a intensificação de seu consumo de álcool, começou a sentir um desconforto que o fez procurar um especialista. Após um exame de sangue, o empresário, que vive em Goiânia, diz ter descoberto alterações no fígado – resultado das bebidas alcoólicas.

Paulo Henrique Prado dobrou o consumo de álcool durante o lockdown

Com o susto, Paulo mudou sua rotina. Ele narra que aderiu a uma dieta com restrição de álcool, conforme receitada pelo médico, justamente para estabilizar seu organismo. No entanto, ao contrário do empresário de Goiânia, muita gente só procura ajuda quando a situação está crítica.

Riscos e recomendações

De acordo com o médico hepatologista Rafael Ximenes, vários problemas de saúde podem surgir em decorrência da ingestão excessiva de álcool. Entre eles, está o risco de lesão no fígado, com casos mais graves como cirrose e hepatite alcoólica, pancreatite alterações em órgãos como o coração.

Ao Mais Goiás, Ximenes explica que existem recomendações que visam evitar esses problemas. Segundo ele, o sugerido para pessoas do sexo masculino que bebem é que elas consumam por dia, no máximo, três doses.

“Uma dose seria uma lata de cerveja ou uma taça de vinho, ou 40ml de destilado. Esse seria o limite da segurança”. Já para mulheres, conforme o médico, o recomendado é, no máximo, duas doses.

O médico esclarece ainda que não há bebida alcoólica “menos pior” no que diz respeito aos danos ao organismo e que, caso uma pessoa sinta desconforto ou qualquer alteração no corpo – destacando pelo e olhos amarelados -, um especialista precisa ser consultado.