Autoteste de Covid-19 não substitui teste padrão, afirma especialista de Goiás
Para a técnica do governo de Goiás, Cristina Naval, o item não pode substituir o teste padrão PCR, amplamente usado na rede pública de Saúde
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trabalhar para aprovar, nos próximos dias, o uso do autoteste de Covid-19 no Brasil. Porém, para a técnica da Superintendência de Vigilância em Saúde de Goiás, Cristina Naval, o item não pode substituir o teste padrão PCR, amplamente usado na rede pública de Saúde.
De acordo com a técnica em entrevista à rádio CBN nesta sexta-feira (14), o uso do autoteste é benéfico no sentido de ampliar a capacidade de testagem no Brasil, principalmente num momento em que o país vive uma explosão de casos puxada pela nova variante ômicron.
Contudo, Naval diz que, devido às suas limitações, mesmo se aprovado pela Anvisa, o autoteste não pode servir como substituto do PCR – realizado por meio de um swab nasal e nasofaríngeo (isto é, cotonetes estéreis colocados no fundo do nariz e da garganta). “O que achamos interessante a respeito dele é que representa uma ferramenta a mais para diagnosticar a covid-19. Serve como uma triagem inicial, mas de forma alguma pode substituir o teste padrão para diagnóstico da doença”, arrematou.
Autoteste de Covid-19 depende de política do Ministério da Saúde, afirma Anvisa
Usado há meses em outros países, os autotestes de Covid-19 são vedados no Brasil por uma resolução da Anvisa de 2015, que especifica a necessidade de uma política de saúde pública e estratégia de ação estabelecida pelo Ministério da Saúde para esse tipo de teste.
“A disposição dada pelo art. 15 da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa 36/2015 tem por finalidade afastar os riscos envolvidos na coleta da amostra biológica, na execução do ensaio, na interpretação do resultado, bem como no manejo dos dados e dos próprios pacientes”, informou a Anvisa.
“Para a adoção de uma eventual política pública que possibilite o uso de autoteste para Covid-19, é fundamental considerar os fatores humanos e a usabilidade do produto, medidas de segurança do produto, limitações, advertências, cuidados quanto ao armazenamento, condições ambientais no local que será utilizado, intervalo de leitura, dentre outros aspectos”, concluiu.