Desumanidade

Avó materna de criança espancada até a morte diz que teria salvo a neta se soubesse das agressões

Dejani da Silva afirma que genro, de 24 anos, tem histórico de agressão e inclusive já foi condenado por bater na esposa

A avó materna da criança de seis meses que foi espancada e assassinada na última sexta-feira (6) pelos pais, em Trindade, foi ouvida pela delegada Renata Vieira nesta quinta-feira (12). Emocionada, Dejani da Silva disse em depoimento que teria resgatado a neta se soubesse das agressões praticadas pela filha dela e o genro – um homem de 24 anos que ela afirma ter histórico de violência. Ela já havia buscado o neto de um ano e quatro meses, mas sobre ele não consta que tenha sofrido agressão.

De acordo com a delegada, a avó materna afirmou em depoimento que o pai da criança bebia, era agressivo e bateu na esposa enquanto ela estava de resguardo. Dejani ainda contou que a filha veio pra Goiás contrariando a vontade dos pais, pois o genro está foragido da Polícia. A avó informa que o rapaz foi condenado pela Lei Maria da Penha por agredir a esposa. Mesmo com a medida protetiva e sem a autorização dos pais, a mãe do bebê decidiu vir pra Goiás com o marido.

Dejani disse  no depoimento que a filha já tinha perdido outro bebê, mas ela não sabe a causa do aborto. A avó da criança chegou a comprar uma passagem para filha voltar pro Maranhão, mas no dia da viagem a mãe do bebê ligou pedindo desculpas e disse que não iria.

O Mais Goiás entrou em contato com Dejani, mas ela disse que não estava bem pra dar mais uma entrevista.

Crime

Depois dos maltratos na última quinta-feira (5) a mãe levou a criança para um hospital em Trindade e foi encaminhada para o Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. Assustada uma médica do hospital denunciou o caso para o Conselho Tutelar.

De acordo com a delegada, a mãe do bebê confessou que queimava a criança com velas e as agressões começaram desde o nascimento da criança. Segundo laudos feitos pelo Instituto Médico Legal (IML), a criança tinha mais de 12 fraturas pelo corpo e foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. 

Além das 12 fraturas, constava no exame queimaduras e as lesões antigas e recentes. No exame, destaca-se o seguinte: “hematomas craniano, dorso em membros (…); múltiplas fraturas de ossos (…), costelas em várias fases de evolução (agressões repetidas); múltiplas lesões de queimaduras em várias fases de evolução (…) (tortura em meio cruel).”

A bebê que estava internada em estado gravíssimo, morreu na terça-feira (10).

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*Laylla Alves é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira