Doe Sangue

Bancos de sangue sofrem com falta de doações em dia nacional do doador

Para que não passe em branco o dia nacional do doador de sangue, celebrado quarta-feira…

Para que não passe em branco o dia nacional do doador de sangue, celebrado quarta-feira (25), o governo de Goiás realizou ações de incentivo à doação de sangue durante todo o mês. Os estoques de sangue da Hemorrede Pública de Goiás e outros hospitais de Goiânia sofrem com a baixa quantidade de doações.

De acordo com Hemorrede goiana, desde setembro deste ano, o estoque de sangue da unidade apresenta déficit de 36% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em algumas regiões do Brasil, houve queda de até 50% no número de doações durante a pandemia.

A diretora geral da Hemorrede, Denyse Goulart, afirma em decorrência da pandemia de covid-19 muitas pessoas ficaram impedidas de doar sangue. Com a retomada das atividades no comércio e setor turístico na capital, houve também um aumento no fluxo de veículos nas ruas e estradas, e consequentemente de acidentes, o que torna a necessidade de doações ainda maior. “Houve um crescimento na demanda por sangue de 3,2 mil para mais de 4 mil bolsas mensais”, afirma Denyse.

Roniel Matias, no banco de sangue do Hugol (Foto: Edson Freitas/Agir)

Roniel Matias, sensibilizado com um parente que está internado, foi à unidade de coleta e transfusão do Hugol para doar sangue e comentou sobre a facilidade em ajudar. “Doar sangue é um processo muito rápido, seguro, que não dói e pode salvar muitas vidas. Todos que puderem, devem realizar esse gesto de amor ao próximo”, disse Roniel.

No Hospital de Câncer Araújo Jorge, o estado também é crítico, com 290 bolsas. “Estamos estoque abaixo do estoque de segurança atualmente temos 290 bolsas no estoque e o nosso estoque mínimo de segurança deveria ser de 490 bolsas. É preocupante, pois o atendimento dos pacientes oncológicos não pode ser interrompido”, alerta a Biomédica do Banco de Sangue do Hospital de Câncer Araújo Jorge, Kelly Alves.

Em outubro deste ano o Hugol alertou que a unidade carece, principalmente, de sangue do tipo O negativo (O-), cujas reservas se encontravam em estado crítico.Até junho de 2020, o Hugol realizou mais de 11,5 milhões de procedimentos, dentre urgência e emergência, internações, ambulatório e equipe multidisciplinar (8.573.997), procedimentos cirúrgicos (87.179), hemodinâmica (5.437), exames (2.908.786), transfusões (50.984) e coletas de sangue (45.795).

Ações

Como forma de incentivar as doações de forma segura, a empresa de transporte por aplicativo Uber ofereceu desconto de R$15,00 no trajeto de casa ao Hemocentro de Goiânia e mais R$ 15 no trajeto do Hemocentro de volta para casa, para toda a região metropolitana de Goiânia. “O Brasil já possui um baixo índice de doadores registrados, nossa capital também segue o mesmo caminho. Precisamos sempre reforçar que doar sangue salva vidas”, diz a diretora geral da Hemorrede.

Show da Bandinha do Rock (Foto: Flávia Rocha / Idetch)

Já no sábado, dia 21, o Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) realizou a 7ª edição da campanha Doe Sangue ao Som do Rock e contou com apresentações de bandas de rock goianas, como a Bandinha de Rock, com músicas do rock nacional e internacional.

“Um gesto tão pequeno pra cada um de nós que pode ajudar tantas outras pessoas. Nós doamos sangue e achamos que é uma forma de salvar muitas vidas”, afirmou um dos integrantes da Bandinha, Fábio Batista.

Neste ano, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás homenageou 25 doadores de sangue e plaquetas em um evento realizado nesta quarta, em Goiânia. As contribuintes receberam um troféu em agradecimento ao gesto de solidariedade.

Mudanças

Com a pandemia, o hemocentro alterou os critérios para doar sangue. Antes podiam doar sangue pessoas de 16 à 69 anos, mas como os idosos fazem parte do grupo de risco, a idade máxima foi reduzida para 59 anos.

Além disso, aqueles que já foram infectados pela vírus precisam estar, no mínimo, há 30 dias sem sintomas para conseguirem contribuir doando sangue.