Barragem de Pontalina não tem condições de ser recuperada, afirma superintendente da Semad
Proprietário deverá fazer outro projeto para construção de uma nova caso ainda tenha interesse no empreendimento. Outra alternativa é o o completo descomissionamento da barragem
Sem condições de recuperação. É o que afirma o superintendente da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Robson Disarz, sobre a represa de Pontalina que se rompeu no último sábado (4). Edson Guimarães, ex-prefeito da cidade e dono da propriedade, deverá apresentar outro projeto para a construção de uma nova barragem caso queira continuar com o empreendimento. Ele já foi multado em R$ 100 mil por quatro infrações. Perícia constatou que local não possuía estrutura física adequada e projetos de engenharia para garantir condições mínimas de segurança. Fortes chuvas e alterações irregulares também contribuíram para o rompimento.
Edson foi multado pela pasta por quatro irregularidades: ausência de cadastro da barragem no sistema de segurança da Semad; problemas na descarga de fundo; alterações irregulares no extravasor lateral (substituição das tábuas de madeira por um muro de alvenaria, que impossibilitou a regulação da vazão), além de área inundada superior ao outorgado e falhas na manutenção da estrutura, agravado por prejuízos nas áreas abaixo da represa. Todas as infrações foram confirmadas pelo laudo da Polícia Técnico-Científica (PTC), apresentado nesta sexta-feira (10).
Robson afirma que o ex-prefeito terá duas opções. A primeira é o completo descomissionamento da barragem, já que não há possibilidade de somente reparos na estrutura. Para isso, ele deve seguir um plano e um cronograma estipulado pela secretaria. Porém, caso ainda tenha interesse no empreendimento, o proprietário deve fazer a reconstrução total do local. “A gente entende que a barragem não tem condições de ser recuperada. Deverá ser construída uma nova. Então, o dono deve apresentar um novo projeto que será analisado pela equipe técnica da Semad”, disse.
O engenheiro civil e perito criminal Tarcízio Valentim relata que a represa atendia à demanda do proprietário, mas o processo de operação da represa não atendia às exigências técnicas. “Houve negligência por parte do proprietário da barragem. Ela atendia às necessidades da propriedade rural, supria a irrigação do plantio de agricultura da fazenda, mas não existia a operação com segurança. Não foram executadas práticas básicas de segurança para manter estabilidade mínima da represa”, ressalta.
O laudo da PTC aponta que as fortes chuvas aliadas à negligência do dono do local, falta de projetos de engenharia, estrutura precária e alterações irregulares causaram o rompimento da barragem. O Mais Goiás tenta contato com o ex-prefeito Edson Guimarães. O espaço está aberto para pronunciamento.