Desfile de cavaleiros

‘Bateu nas vítimas da confusão’, diz mãe de adolescente agredido a cintadas por PM em Iporá

Com a chegada da polícia, os agressores fugiram e os dois adolescentes ficaram para conversar com a equipe militar, que agrediu os adolescentes com o cinto de um deles

A mãe de um dos adolescentes agredidos a cintadas por um policial militar afirmou, nesta quinta-feira (25), que os jovens foram açoitados injustamente. Caso ocorreu na tarde desta terça-feira (23), em Iporá, a 226 km de Goiânia. Segundo a genitora, que teme ser identificada, R.R.N., de 16 anos, participava da cavalgada ao lado de um amigo quando cerca de sete jovens, moradores de Amorinópolis que acompanhavam o desfile, começaram a confusão.

“Meu filho participa dessa cavalgada anual desde pequeno, isso nunca aconteceu. Ele não tem nem passagens pela polícia. Ele e o amigo estavam lá para o desfile. Quando os militares chegaram, os agressores fugiram e os meninos apanharam. Eles eram as vítimas. Apanharam duas vezes: uma vez do grupo e outra vez da polícia. Bateu nas vítimas da confusão”, declarou a mãe.

O grupo teria dado tapas e socos no cavalo montado pelo amigo de seu filho, G.C.N., de 14 anos, e em seguida começado a agredir o menor, desferindo socos contra ele. R.R.N., então, tentou apaziguar o briga, mas também foi agredido pelos jovens. Os dois adolescentes foram derrubados dos cavalos e agredidos com socos e pontapés enquanto ainda estava caídos no chão.

Os golpes foram tão violentos, segundo a Polícia Civil (PC), que R.R.N desmaiou. Minutos depois, os dois jovens conseguiram se levantar e tentaram se esconder em um bar nas proximidades.

“Quando meu filho e o amigo dele tentaram correr para dentro do bar, o padrasto de um dos agressores sacou um facão e disse ‘eu vou matar vocês, assim vocês aprendem’. Aí o povo chamou a Polícia Militar (PM)”, relatou a genitora.

Com a chegada da polícia, os agressores fugiram e os dois adolescentes ficaram para conversar com a equipe militar. A viatura que atendeu o chamada, ainda conforme a mãe, não pertence ao batalhão do município e os militares que aparecessem no vídeo não são conhecidos.

“Ele [militar] nem quis ouvir o que os meninos tinham a dizer. Pegou o cinto do amigo dele e começou a bater nos dois. Eu não entendi nada. Pra finalizar, o policial ainda pegou o cinto e bateu na égua de uma moça. Dá pra ver no final do vídeo!”, reclama.

Mais Goiás solicitou o posicionamento por parte da Polícia Militar (PM) através do e-mail da assessoria de comunicação, às 9h desta quinta-feira (25), mas até a publicação desta matéria não obteve retorno. Este portal também não conseguiu contato com os pais das vítimas.

Adolescentes ficaram com lesões nas costas após açoite (Foto: Reprodução / G1)
Adolescentes ficaram com lesões nas costas após açoite (Foto: Reprodução / G1)