Laringomalácia: bebê com diagnóstico raro consegue vaga em hospital de Goiânia
Com liminar concedida pela Justiça, a família enfrenta dificuldades de locomoção, enquanto a mãe da criança lida com depressão pós-parto

Uma bebê de 35 dias, diagnosticada com laringomalácia congênita, aguarda desde o início de março uma vaga em um hospital especializado no tratamento da condição. Após um parto de emergência em Senador Canedo, a menina precisou ser transferida com suporte aéreo pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital São Nicolau, em Catalão, devido à gravidade de seu quadro respiratório. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que a vaga foi disponibilizada nesta manhã de quarta-feira (26).
“Minha neta está lutando pela vida, e tudo o que queremos é que ela tenha acesso ao tratamento que precisa”, afirmou a avó da bebê, Mara Pereira Lima. Ela relatou que, desde o nascimento, a criança tem enfrentado complicações respiratórias e dificuldades para se alimentar.
Uma condição que afeta cerca de 1 a 3% dos nascimentos
A laringomalácia é uma condição em que a laringe (caixa de voz) do bebê não se desenvolve corretamente durante a gestação, fazendo com que a cartilagem da laringe seja mais flexível do que o normal. Isso provoca um estreitamento das vias aéreas, dificultando a respiração e a alimentação pela boca, além de causar baixa oxigenação sanguínea e comprometer os pulmões. Na maioria dos casos, é necessária uma cirurgia para que a criança tenha melhores condições de saúde.
Mara explica que, nas semanas finais da gestação, sua filha Mikaela Vitória enfrentou complicações. No entanto, até hoje a família não teve acesso aos prontuários para confirmar se a gestante realmente teve pré-eclâmpsia, como indicado pelos médicos, que orientaram a realização do parto de emergência, faltando ainda um mês para o fim da gestação. Desde então, a bebê permanece internada, se alimentando por sonda e sendo mantida em oxigênio devido à baixa saturação.
Justiça já concedeu liminar para garantir o atendimento especializado urgente
Mara conta que a bebê está há dias na regulação do Estado, aguardando uma vaga, e que a Justiça já concedeu uma liminar exigindo urgência no tratamento. “Já procurei ajuda em vários lugares, já fui até ao Ministério Público, mas até agora nada aconteceu. Minha filha está desesperada, não temos condições de arcar com as despesas para viajar entre os municípios.”
A mãe da bebê, além do sofrimento com a filha internada, também enfrenta um quadro de depressão pós-parto e ansiedade, o que tem dificultado ainda mais o acompanhamento da situação. Com o apoio de amigos e familiares, ela tem buscado alternativas para garantir que a bebê receba o tratamento necessário.
Em nota enviada ao Mais Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que a vaga para a criança foi autorizada nesta manhã e ela será transferida para o Hospital Estadual da Criança Adolescente (Hecad) em Goiânia.
Leia nota da SES-GO na íntegra:
“A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que já foi autorizada vaga para o paciente no Hospital Estadual da Criança Adolescente (Hecad).”