Bebê que depende de aparelho respiratório vai para UTI após queda de energia de 15h
Família afirma que falta de energia fez com que a menina ficassem em estado grave
Uma bebê de 11 meses precisou ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após ter o estado de saúde agravado por falta de energia elétrica na casa em que vive, em Piranhas, na região Oeste de Goiás. Sibely Ribeiro de Sousa nasceu com um problema cardíaco e depende de um aparelho ligado à tomada, que precisa ser utilizado várias vezes ao dia para auxiliar na respiração. Por conta da queda de energia que durou cerca de 15h na última sexta-feira (30), a criança sofreu asfixia, ficou roxa e espumando pela boca.
Segundo Graziela Ribeiro, mãe da criaça, o primeiro registro de falta de energia ocorreu na madrugada de sexta-feira (30). Os serviços só foram reestabelecidos por volta das 9h daquele dia. Porém, ainda durante aquela manhã, houve nova interrupção, que durou até às 16h, conforme o relato da mulher.
“Ela [a bebê] tem um aparelho na garganta que precisa ser aspirado. Sem o equipamento, ela não consegue respirar, pois ele entope com as secreções que vão acumulando. Foi justamente isso que aconteceu. Quando vi, minha filha estava sufocando”, contou a mãe, Graziela Ribeiro.
Durante esse período, a mulher conta que não conseguiu realizar a aspiração da cânula colocada na garganta da menina, o que provocou a asfixia da bebê. “Ela começou a tossir, ficar roxa e espumar pela boca. Corri com ela para o hospital e já chegou lá praticamente morta. Os médicos que conseguiram reanimá-la”, contou.
Após ser reanimada na unidade de saúde do município onde reside, a bebê foi levada junto com a mãe para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Até a manhã desta sábado (31), a criança permanecia internada na UTI.
Problema no transformador
Em nota, a Enel Distribuição Goiás informou que um problema em um transformador provocou a interrupção no fornecimento de energia no local. A concessionária afirmou que foi acionada por volta das 8h da manhã de sexta-feira (30) e enviou uma equipe ao local, concluindo a manutenção do equipamento por volta das 14h30, sem novas interrupções, de acordo com a companhia.
Ainda segundo a concessionária, a cliente não estava cadastrada como cliente sobrevida, quando é informada à empresa a existência de pessoas que dependem de aparelhos médicos em suas residências. “Clientes sobrevida possuem atendimento prioritário em situações de falta de energia”, explicou.
Alta há um mês
A mãe da menina explica que, por conta da cardiopatia, Sibely ficou internada por 10 meses no Hospital da Criança, em Goiânia, e havia recebido alta e ido para casa há cerca de um mês. A médica Laura Moreira Tannus, que participou do tratamento da menina durante esse período, disse ser um absurdo que isso tenha acontecido.
“Depois de tudo que essa criança e a mãe já passaram, acontecer algo com ela porque faltou energia é, no mínimo, um absurdo. Estamos falando de uma vida, de uma pessoa que pode morrer porque simplesmente não tinha o básico”, afirmou.
*Com informações do G1