De volta ao lar

Bebê sequestrado em maternidade é devolvido aos pais biológicos, em Goiânia

Os pais deixaram a criança para adoção pois estavam passando por dificuldades em casa. Contudo, antes que isso fosse possível, a criança foi sequestrada por uma técnica em enfermagem que trabalhava no local

Alívio e muito amor a dar. Estes são os sentimentos de Thaysson Rodrigues, pai biológico do bebê que foi deixado para adoção na maternidade Nascer Cidadão. (Foto: Reprodução)

O bebê deixado para adoção e sequestrado por uma técnica em enfermagem que atuava na maternidade Nascer Cidadão, no Jardim Curitiba, em Goiânia, foi devolvido aos pais biológicos. A criança, que viveu em um abrigo da capital por quase quatro meses, foi entregue à família na manhã desta quarta-feira (18). Os pais da criança conseguiram novamente a guarda do filho após decisão judicial definida na última segunda-feira (16). O bebê havia sido deixado na unidade de saúde após o nascimento para ser colocado para adoção pois a família passava por dificuldades financeiras. No entanto, antes que isso fosse possível, a técnica em enfermagem, Elenita Aparecida Lucas Correia, sequestrou o recém-nascido.

Segundo informações repassadas pela advogada da família biológica da criança, Rayanne Teles, o pai do bebê conseguiu emprego e atualmente possui renda para manter a família. Parentes e amigos do casal também ajudaram a quitar contas que estavam atrasadas e a mãe da criança já preparou tudo para recebê-lo de volta. Após publicação do Mais Goiás, a família recebeu doações de cestas básicas e roupas para o bebê.

Na decisão, a juíza da Infância e Juventude, da Comarca de Senador Canedo, Maria Socorro, entendeu que o principal motivo apresentado pela mãe da criança (dificuldades socioeconômicas) foi superado. “Cabe considerar que pelos relatos apresentados por ela, passaram naquele momento por uma situação de crise, onde o filho de seu companheiro sofreu um acidente precisando de cuidados médicos e ainda o momento de sensibilidade e mudanças hormonais/emocionais que envolve o puerpério. Cabe ressaltar que não percebemos situações que desabonem a genitora quanto ao desacolhimento da criança em tela”, justificou a magistrada.

Registro

Com quatro meses de vida, o bebê, que foi chamado de João Pedro por funcionários do abrigo Niso Prego, foi registrado pelos pais biológicos como Thalles Leon. A criança vivia no local desde que foi resgatado da residência de um casal que ficaria com ele de forma ilegal.

Apesar de estar no abrigo, o bebê não estava disponível para adoção, pois ainda estava em andamento o processo judicial iniciado pela família para reaver a guarda no recém-nascido. Durante esse tempo, os pais puderam visitá-lo aos domingos.