Angústia

Bebês trocados em Trindade: resultado de DNA deve sair nesta quinta-feira (1º)

Os casais e os bebês fizeram a coleta de amostras genéticas na última segunda-feira (29). Desde então, as famílias vivem juntas à espera do resultado

A angústia das famílias que tiveram os bebês trocados no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) deve chegar ao fim em breve. Isso porque o resultado do exame de DNA que vai apontar os verdadeiros pais das crianças tem previsão de ser divulgado após as 14h desta quinta-feira (1º). A informação foi confirmada pelos familiares de uma das crianças.

Os casais e os bebês fizeram a coleta de amostras genéticas na última segunda-feira (29). Desde então, as famílias vivem juntas à espera do resultado. 

Conforme pondera a delegada responsável pelo caso, Renata Vieira, caso o exame comprove as respectivas paternidades, a troca das crianças pode acontecer imediatamente. “Estamos combinando com os advogados, com a psicóloga, Conselho Tutelar  e até com o juizado. Este pelo fato de uma das crianças já estar registrada. Mas ela me afirmou que poderíamos realizar e combinar por meio de um termo formal”, destaca.

A desconfiança de uma possível troca dos bebês veio por parte de Genésio Vieira e Pauliana Maciel, já que o suposto filho tem pele branca e olhos claros, diferente das características físicas da família. Então, o casal decidiu fazer um exame de DNA no dia 22 de julho, 13 dias após o nascimento da criança. O resultado foi negativo e os pais decidiram denunciar o caso à Polícia Civil (PC).

A suspeita é de que o bebê tenha sido trocado com o filho de Aline Alves, que ficou internada no mesmo quarto de Pauliana na unidade de saúde. Ambas tiveram as crianças no último dia 9 de julho.

Investigação

As mulheres deram a luz, mas não viram os filhos pois passaram mal após o parto. Depois do banho, o recém-nascido de Pauliana foi colocado ao lado da cama de Aline, e vice-versa.

Até o momento, a suspeita é que as acompanhantes das duas viram os nomes das mães trocados na pulseira de identificação. Elas teriam pensado que os bebês haviam sido entregues corretamente mas apenas as pulseiras estivessem erradas. Por isso, trocaram apenas a identificação dos pequenos. Quando, na verdade, a troca era de bebês e não de pulseiras.

Conforme a delegada, as investigações possuem como base o artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que destaca sobre a identificação correta do neonato com a parturiente. A pena prevista no descumprimento dessa regra é de seis a dois anos de prisão.

As gravações do circuito de segurança da unidade foram solicitadas, mas a alegação do Hutrin é de que as imagens ficam disponíveis apenas durante dez dias. Depois disso, são apagadas automaticamente. “Não acreditamos que alguém tenha agido de má-fé para realizar a troca dessas crianças, mas temos que encontrar quem fez essa troca equivocada”, pontua.

Nesta quarta-feira (31), quatro funcionárias da unidade negaram que trocaram as duas crianças dentro da unidade. De acordo com a delegada, as enfermeiras alegaram que desacreditam da possibilidade de troca dentro do local. Além disso, negaram que houve um equívoco no nome das mulheres dentro da sala de cirurgia e que não foram acionadas por uma das avós.

A alegação seria de que teria caído ao chão uma pulseirinha com o nome errado de um dos recém-nascidos. “Elas contaram que as crianças foram identificadas corretamente e que não iriam ignorar uma  informação com a troca da pulseira”, destaca Renata.