Bispo se surpreende ao ser preso em operação contra corrupção na igreja
"Eu acho que há um equívoco muito grande nessa história aí”, disse bispo Dom José Ronaldo ao ouvir de promotor mandado de prisão judicial
“Não tem, não. A decisão aqui consta o nome do senhor mesmo.” Assim explicou o promotor de justiça Douglas Chegury, durante a prisão do bispo de Formosa Dom José Ronaldo, na casa episcopal. O cumprimento da decisão judicial aconteceu no último dia 19 de março, durante a Operação Caifás. Além da prisão do bispo, as imagens revelaram o cumprimento de prisão do juiz eclesiástico padre Thiago Wenceslau.
A prisão dos dois e mais sete pessoas aconteceu depois de denúncias de gastos excessivos pela casa episcopal da cidade, além da falta de prestação de contas aos fiéis. A operação descobriu um esquema criminosos que desviou mais de R$ 2 milhões.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que os religiosos tinham um esquema de desvios, que chegaram até à compra de uma Casa Lotérica em nome de empresários laranjas, que também foram presos.
Na semana passada a justiça converteu em preventiva a prisão temporária quatro padres, o bispo e um empresário.
A operação
Deflagrada na madrugada desta segunda-feira (19) pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), a operação Caifás cumpriu 13 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão em três municípios de forma simultânea, sendo nove de prisão e cinco de busca e apreensão em Formosa; três de prisão e quatro de busca e apreensão em Posse; e um de prisão e um de busca e apreensão em Planaltina.
Foi decretado pedido de prisão temporária e de busca e apreensão para os seguintes investigados: Epitácio Cardozo Pereira (Vigário-geral Monsenhor), José Ronaldo Ribeiro (Bispo Diocesano), Duílio Rodrigues Menezes (Secretário de Mitra), Guilherme Frederico Magalhães (Secretário de Mitra), Moacyr Santana ( Padre), Mário Vieira de Brito (Padre), Thiago Venceslau (Juiz Eclesiástico) Antônio Rubens Ferreira, Pedro Henrique Costa Augusto, Edimundo da Silva Borges Junior, Waldson José de Melo (padre).
O nome da operação é uma referência ao bispo de Israel, Caifás, que participou do julgamento de Jesus, no Supremo Tribunal dos Judeus, após tê-lo prendido no Jardim de Getsêmani. Diante de Caifás, Jesus foi acusado de blasfêmia e foi entregue ao governador romano Pôncio Pilatos, por quem Jesus também foi acusado de motim contra Roma.