COMÉRCIO

Black Friday: comerciantes revelam altas expectativas para reverter prejuízos da pandemia

Mais Goiás.doc mostra que clientes esperam boas promoções, assim como comerciantes esperam alta nas vendas

Guilherme Silva revela que alta nas vendas é aguardada na loja de calçados que trabalha em um shopping da capital (Foto: divulgação - Mais Goiás)

A Black Friday ganhou o mundo. Neste ano, entretanto, ela será mais do que oferecer descontos aos consumidores. O Mais Goiás.doc desta semana mostra a expectativa dos comerciantes goianos para essa data, que chega com sabor de recuperação e retomada da economia em um ano que ainda sofre de impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus.

No Brasil, a Black Friday sempre é realizada na última sexta-feira do mês de novembro. Neste ano, será feita no próximo dia 26 de novembro. Muitos comerciantes enxergam que conseguirão reverter pelo menos um pouco do prejuízo que a pandemia lhes causou. Pesquisa realizada pela empresa Buhup revelou que 47% dos consumidores vão aproveitar a data para adquirir algum produto.

Uma das pessoas que se mostram animadas com isso é o gerente da loja de calçados Guilherme Silva. Ele destaca que a expectativa é que as vendas desse ano superem as de 2019 e 2020. Para isso, ele conta que trabalhou com fornecedores um preço mais em conta para que os produtos pudessem sair mais baratos aos consumidores.

Já a vendedora Jaqueline Bento Silva, que trabalha em um loja de bolsas, diz que aguarda boas vendas no estabelecimento que trabalha. “A nossa expectativa para esse ano tá bem legal. O shopping tá bem cheio”, relata. “A gente ainda está estudando como vai fazer para colocar mercadorias legais para chamar atenção do nosso público.”

A vendedora em loja de cosméticos, Thaís Mendonça, pontua que o fluxo de pessoas no shopping empolga os comerciantes. Ela espera que vários produtos saiam com facilidade e garante que os clientes podem encontrar ótimos descontos nos itens. Como exemplo, ela destaca uma paleta de maquiagem era vendida a R$ 44 antes da pandemia e, na leva de descontos da Black Friday, chegará ao consumidor por R$ 9. Ou seja, é um desconto de quase 80%.

Black Friday tenta reverter cenário ruim para empresas

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra que a pandemia causou o fechamento de mais de 75 mil lojas no ano passado. Desse total, 98% eram pequenas empresas. Mas quem se manteve aberto nesse período também enfrentou dificuldades.

“A pandemia, para a gente, foi um dos piores momentos porque ficamos em casa, sem trabalhar e só agora estamos voltando à vida normal”, relata a gerente de loja de joias, Cleuma Pereira Rodrigues.

Thais destaca que houve muita queda na venda de maquiagem durante esse período. “Foi um pouco complicado. Em relação à maquiagem foi bastante porque muita gente parou de usar maquiagem por causa do uso da máscara. Então o pessoal já não estava usando batom, base… O que teve mais lamento foi na venda de skincare, que são os produtos de cuidado com a pele”, reforça.

“Foi um desespero, porque quem trabalha com vendas precisa de meta. E sem a meta não dá para ganhar dinheiro”, pontua Guilherme.

Além disso, as pessoas visam pegar os consumidores que receberam a primeira parcela do décimo terceiro, que já começou a ser pago pelas empresas.  “Agora é a hora que a gente tem para recuperar o tempo perdido, pois agora o pessoal começa a receber o 13º. É agora que o pessoal está mais propício para gastar”, pontua Thaís.

Inflação, entretanto, pode frustrar comerciantes

De acordo com o professor de Economia da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Eduardo Batista Borges, a expectativa era de que a economia melhorasse muito com o avanço da vacinação contra a Covid-19. Entretanto, outros fatores causados pela pandemia podem frustrar os comerciantes.

“Surgiram determinados fatores que podem prejudicar essa retomada tão esperada depois de 1 ano e 8 meses de pandemia que é a volta da inflação, o nível do desemprego, que permanece muito alto, e a renda da população que está em queda”, destaca.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no segundo semestre de 2021. Já a inflação, estimada pelo Banco Central para este ano, é de 8,69%.

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