Bolões da Copa do Mundo não atraem apostadores nas lotéricas, aponta Sindicato
Apesar das apostas entre grupos de amigos e até em sites, a Loteca oferecida pela Caixa Econômica Federal não conseguiu conquistar os goianos
É comum, durante a Copa do Mundo, que as pessoas apostem nos resultados dos jogos, criando os famosos bolões. Apesar de populares entre grupos de amigos de forma particular, há uma modalidade deste tipo de aposta que é pouco explorada pelos goianos: a Loteca (ou Loteria Esportiva), oferecida pela Caixa Econômica Federal nas Lotéricas. Isso acontece sobretudo pelo valor dos prêmios, considerado pequeno pelos apostadores.
A vice-presidente do Sindicato dos Empresários Lotéricos do Estado de Goiás (Seloesgo), Gisana Mendonça, explica que as pessoas costumam jogar quando os prêmios são maiores e a Loteca oferece um montante que vai de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. O valor é modesto quando comparado, por exemplo, com a Quina de São João, cujo prêmio está acumulado em R$ 130 milhões.
Gisana destaca ainda que durante os jogos o movimento nas lotéricas cai em torno de 40%. Quando a Seleção Brasileira está jogando este índice pode ser ainda maior. “A Loteca não incentiva muito as pessoas a jogarem. O que a gente tenta fazer é aproveitar o período junino que tem a Quina de São João para atrair o apostador”, conta.
Apesar da pouca procura pela Loteca, Gisana aponta que o prêmio não é difícil de ganhar. Além disso, as apostas neste bolão podem ser feitas a partir de R$ 1. A queda das lotéricas já foi sentida nesta quinta-feira (14), em que ocorreu primeiro jogo do campeonato, argumenta a vice-presidente do Seloesgo.
O jornalista Carlos Humberto Rocha tem o hábito de fazer bolões, mas conta que nunca jogou na lotérica. “Não tenho interesse em jogar na lotérica porque bolão para mim é para unir os amigos, se divertir e brincar. Lógico que ganhar é bom, mas não levo tão a sério assim”, conta.
Entre amigos
Carlos e os amigos fazem bolões desde a Copa do Mundo de 2014. Neste ano, as apostas reuniram 19 pessoas e há até um regulamento para a participação. As apostas possuem valor único de R$ 10, quem acerta o placar total ganha 10 pontos e parcial, 5 pontos.
As regras podem ficar mais sérias durante as oitavas de final. “Acho que o bolão une as pessoas, nós temos um grupo no WhatsApp para comentar. As vezes a gente nem torce pela seleção, mas pelo resultado. Por exemplo, no jogo de hoje entre Rússia e Arábia Saudita, estávamos torcendo pelo placar”, comenta o jornalista.
Novas práticas
Neste ano, os bolões ganharam também a internet. O Yubb, buscador de investimentos, e a Órama, plataforma de investimentos online criaram um bolão online e gratuito que pode pagar até R$ 2 mil.
A iniciativa permite que o apostador dê palpites sobre os 48 jogos da primeira fase da Copa do Mundo. Conforme as regras do jogo, o ganhador é aquele que pontuar mais em suas apostas sobre os placares e vencedores de cada partida.
As apostas terminam nesta quinta-feira (14) e o vencedor deve ser anunciado no dia 28 de julho.
*Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo