Brasil está atolado e não sai do lugar
Queda no ranking do IDH comprova que viver em nosso país é tarefa árdua
O Brasil caiu cinco posições no ranking do IDH. Ocupávamos a vergonhosa 79ª posição em 2018. No ano passado, despencamos para a 84ª colocação. O mundo nos atropela e vamos ficando para trás em nossa qualidade de vida.
O Índice de Desenvolvimento Humano é um parâmetro interessante para avaliar como é viver em um país. Elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o estudo dá uma nota que varia de 0 a 1 quando avalia um coletivo de fatores de um local. Desigualdade social e de gênero, expectativa de vida, nível de renda, escolaridade, dentre outros. Quanto mais perto de 1, melhor é a vida no país.
A Noruega lidera o ranking com a imponente nota de 0,957. O Brasil teve 0,765 em 2019. Em 2018, era 0,762. Melhoramos um pouco, é verdade. Mas insuficiente para avançarmos no ranking. Outros países melhoraram mais e nos ultrapassaram.
Você pode até pensar que a posição intermediária perante as 189 nações avaliadas é um resultado regular. Não é. Temos a nona maior economia do mundo. É obrigação oferecer uma qualidade de vida superior ao nosso povo com o gigantismo da economia brasileira.
E quando olhamos para os índices de outros países latino-americanos, a vontade é imitar um avestruz e enfiar a cabeça num buraco do chão.
Estamos na frente de países como Paraguai, Bolívia, Venezuela e Equador.
Mas perdemos para Chile, Uruguai, Peru e Colômbia.
Quer entender quão vergonhosa é nossa posição?
Sabe a Argentina, com aquela bagunça toda? Está bem na nossa frente, na 46ª posição.
E tem também aquela ilha caribenha tão citada como exemplo negativo: Cuba está na 70ª colocação.
Sim, a qualidade de vida média ofertada pelo Brasil ao total de seu povo é inferior à cubana e à argentina. Humilhação pouca é bobagem.
O mundo vai melhorando e países nos ultrapassam. Nossa estagnação é mensurável por quem estuda e perceptível para nós que aqui vivemos.
Ficamos presos em nossos próprios problemas. Elegemos gente que briga contra vacina na maior crise sanitária do último século. Não temos um governo que paute a redução das desigualdades como norte na política econômica. Colhemos os frutos de nossas escolhas políticas. E, cá entre nós, esses frutos deixam um amargor que incomoda na boca.