OUTRO LADO

“Brasil vive apagão de dados sobre vacinação”, diz técnica do governo de Goiás

A declaração de Cristina Naval vem após o ministro Marcelo Queiroga afirmar que Goiás "está na parte debaixo da tabela de vacinação"

A técnica da Superintendência de Vigilância em Saúde de Goiás, Cristina Laval, rebateu, nesta sexta-feira (14), a fala do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a situação da imunização no estado de Goiás. De acordo com ela, o Brasil vive um apagão de dados sobre a vacinação contra a Covid-19 desde o ataque hacker ao sistema do Ministério, o que faz com que a baixa taxa de vacinação apontada pelo ministro não condiga com a verdade.

A declaração de Laval foi feita em entrevista à CBN nesta tarde (14), após Queiroga afirmar pelo Twitter que Goiás “está na parte debaixo da tabela de vacinação, com apenas 82% da população acima de 18 anos totalmente vacinada” contra o coronavírus. Porém, para a técnica do governo de Goiás, a realidade é outra e só poderá ser evidenciada após a atualização dos dados da imunização no estado.

Foto: Twitter

“Muitas vezes, o município lança os dados e o dado não sobe para o sistema nacional, o que não permite ao governo federal visualizar a situação. Essa fala [do ministro], então, não condiz com a verdade. Não só Goiás, como vários estados, enfrenta apagão de informações”, disse Cristina Laval.

Ainda segundo ela, mesmo que o sistema fosse completamente normalizado hoje, o Estado de Goiás precisaria “de um tempo para relançar dados que deveriam ter sido cadastrados nos últimos 30 dias”. “A gente vê que os municípios estão se esforçando para ampliar a cobertura vacinal e acreditamos que o número esteja bem melhor. Mas só com o sistema normalizado nós teremos certeza”, concluiu.

Ataque hacker

Em dezembro do ano passado, o site do Ministério da Saúde e o aplicativo ConecteSUS foram alvos de um ataque hacker que desestabilizou os dados quanto à vacinação de milhões de pessoas no Brasil.

Na ocasião, o Ministério da Saúde informou por nota que o sistema havia sido comprometido “temporariamente” e que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Federal foram acionados para investigar o caso.