Mabel: busca de soluções para falta de UTIs em Goiânia é prioridade
A situação já havia sido debatida em reunião emergencial no domingo (24)
O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), volta a se reunir nesta segunda-feira (25) com o secretário de Saúde do Estado de Goiás (SES-GO), Rasível dos Reis, e o secretário municipal de Saúde (SMS), Wilson Pollara, para buscar soluções emergenciais para a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na capital. O encontro será realizado no gabinete da SES-GO, em meio a uma grave crise na saúde pública que resultou, na última semana, em mortes de pacientes à espera de atendimento.
A situação, que já havia sido debatida em reunião emergencial no domingo (24), ganhou caráter prioritário no planejamento da equipe de transição de Mabel. O prefeito eleito destacou a necessidade de ações conjuntas entre os governos municipal e estadual para ampliar a oferta de leitos e evitar novas mortes.
“Não podemos permitir que mais vidas sejam perdidas. Estamos alinhando as ações com o governador Ronaldo Caiado e vários hospitais para contratar leitos imediatamente. Amanhã definiremos os fornecedores para iniciar esse trabalho. Goiânia precisa de respostas urgentes”, enfatizou Mabel.
Casos recentes ilustram a gravidade da crise. Nesta segunda-feira (25). O técnico de informática Luiz Felipe Figueiredo da Silva, de 30 anos, morreu no último sábado (23) à espera de uma vaga numa UTI, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do Jardim Novo Mundo, em Goiânia. A vaga havia sido solicitada desde a última quarta-feira (20), mas três dias depois, ele ainda estava à espera. Sem conseguir o leito, ele foi mais um dos que vieram à óbito.
Na última terça-feira (19), Janaina de Jesus, de 29 anos, faleceu após dias aguardando um leito de UTI na UPA do Jardim Itaipu. Portadora de falta de ar, dores no peito e vômitos, não resistiu à espera.
Outro caso foi o de Katiane de Araújo Silva, de 36 anos, que morreu na quinta-feira (21) no Cais Cândida de Moraes. Após dias de dores intensas e agravamento de seu quadro clínico, Katiane faleceu deixando uma filha de sete anos. Ambas as mortes ocorreram por falta de vagas na rede municipal.
De acordo com o painel da Secretaria Municipal de Saúde, até a manhã de ontem (24), 169 dos 197 leitos de UTI disponíveis na rede pública estavam ocupados, restando apenas 28 vagas. No Hospital Ruy Azeredo, todos os 35 leitos estavam ocupados, enquanto os 30 leitos neonatais do Hospital Jacob Facuri também não estavam disponíveis.
Na reunião realizada ontem, Sandro Mabel esteve acompanhado de sua equipe de transição, liderada por Luiz Medeiros, e de Valdivino de Oliveira, secretário anunciado da Fazenda, além de vereadores e membros do jurídico municipal. O secretário estadual de Saúde, Rasível dos Reis, ressaltou a importância da parceria com a prefeitura para evitar o colapso total.
“Estamos trabalhando para resolver os problemas da saúde de Goiânia. O monitoramento dos casos críticos será intensificado, e não pouparemos esforços para ampliar o número de leitos disponíveis”, afirmou Rasível.
A expectativa é que, na reunião desta segunda-feira, sejam formalizadas as contratações de leitos junto aos hospitais da região, além da definição de um plano de ações coordenadas para atender a demanda emergencial e estruturar o sistema de saúde municipal para o médio e longo prazo.