2022

Busca por ovos de páscoa artesanais é 25% maior do que em 2021, dizem empreendedoras

Sebare indica aumento de 57% em pequenos negócios no setor de fabricação de produtos à base de chocolate

Maylla aumentou o ritmo de produção de doces nesta páscoa (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Em 2022, a busca por ovos de páscoa artesanais cresceu cerca de 25%, em comparação ao mesmo período do ano passado. É o que estimam empreendedoras do ramo, ouvidas pelo Mais Goiás. A percepção das confeiteiras é compatível com os resultados de uma pesquisa realizada pelo Sebrae, que revela que o mercado de doces vem ganhando força desde 2019.

Dados do Sebrae indicam que, somente no ano passado, o Brasil registrou um aumento de 57% em pequenos negócios no setor de fabricação de produtos à base de chocolate. Fora isso, desde 2019, o número de empresas abertas foi maior que o de fechadas.

O estudo ressalta ainda que, mesmo na pandemia da Covid-19, 42% dos empreendedores tiveram um faturamento maior em 2020 do que em relação a 2019, quando não haviam impactos da doença.

O sabor de ovo de páscoa recheado mais procurado na loja de Izadora é o de Ferrero Rocher e Oreo.
O sabor de ovo de páscoa recheado mais procurado na loja de Izadora é o de Ferrero Rocher e Oreo. (Foto: Reprodução – @benditaacozinha_)

Apesar de ser formada em design de ambientes, Izadora Alves Ribeiro conta que já trabalha no ramo da confeitaria há um ano e sete meses. Ela analisa que a busca por doces caseiros e, principalmente, por ovos de páscoa artesanais tem crescido por conta do custo benefício e a maior qualidade dos produtos.

Izadora revela que em 2021 vendeu cerca de 45 ovos de páscoa e que este ano esse número já ultrapassa os 60 pedidos. Ela acredita que muitas pessoas tem preferido dar apoio aos pequenos empreendedores ao invés de grandes marcas e destaca que os produtos caseiros não possuem conservantes encontrados nos industriais.

A designer afirma que, atualmente, o sabor de ovo de páscoa recheado mais procurado na loja dela é o de Ferrero Rocher e Oreo.

Busca por ovos de páscoa artesanais está igual para alguns

Confeiteira há 7 anos, Ioná Queiroz diz ter notado que a busca por doces caseiros cresceu quase 80% desde o início do pandemia. Em 2022, entretanto, ela afirma que a busca segue bastante semelhante ao ano anterior.

Confeiteira há 7 anos, Ioná Queiroz diz ter notado que a busca por doces caseiros cresceu quase 80% desde o início do pandemia (Foto: Reprodução - @donananadocesfinos)
Confeiteira há 7 anos, Ioná Queiroz diz ter notado que a busca por doces caseiros cresceu quase 80% desde o início do pandemia (Foto: Reprodução – @donananadocesfinos)

“Não aumentou muito na minha perspectiva. Ano passado vendemos quase 200 ovos, este ano chegamos a 150. Está quase a mesma coisa”, explica.

Dona Naná, como prefere ser chamada, explica que se organizou neste ano desenvolvemento novos modelos e recheios diferentes para os ovos de páscoa. Mas que por ter uma equipe pequena, controla a demanda de pedidos para não se perder.

“A gente preza pela qualidade, em entregar algo bom. Acho que por os ovos caseiros terem recheios e sabores diferentes, deixam algo mais atrativo ao público, diferente dos industrializados, com conservantes e amarrados em “sacos””, argumenta.

Personalização

A pedagoga Maylla Ferreira da Silva Barrozo está no ramo de doces há mais de 4 anos. Ela afirma que grande parte dos consumidores procuram os microempreendedores por conta do custo benefício e da possibilidade de personalizar os produtos.

Em 2022, Maylla decidiu focar a venda de ovos de páscoa para o público infantil. Ela justifica a decisão dizendo que, apesar da busca por ovos caseiros só ter crescido, o alto custo da matéria prima ainda não permite que todos os empreendedores esbajem.

No caso da pedagoga, o sabor mais pedido é o de ninho com morango.

Pedagoga Maylla Ferreira da Silva Barrozo (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)
Pedagoga Maylla Ferreira da Silva Barrozo (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás – @gostosurasdamaylla)

Estratégias para conseguir mais clientes

A estudante de gastronomia Fabiana Cardoso é confeiteira a pouco mais de 2 anos. Ela conta que a renda dos doces é o que alimenta as três crianças pequenas que tem em casa, desde que se separou na pandemia.

Segundo Fabiana, a confeitaria sempre foi um sonho e a medida que a busca por ovos artesanais cresceu, ela também começou a se organizar estrategicamente para conseguir mais clientes. “A minha maior estratégia é o famoso boca-a-boca. Peço que meus clientes, meus amigos e familiares repostem os produtos nas redes sociais e me indiquem”, conta ela.

Para fidelizar o cliente, Fabiana aposta no sabor e em apresentações bem feitas, em especial, nos ovos de páscoa “de colher”. “Esses de colher já tem um visual mais chamativo, mas é importante não ficar só no visual. A gente dá opção de escolher diferentes camadas, ovos com frutas naturais, com docinhos de festa”, ressalta.

A estudante de gastronomia Fabiana Cardoso é confeiteira a pouco mais de 2 anos. (Foto: Reprodução -@fabianacardosodoceria)
A estudante de gastronomia Fabiana Cardoso é confeiteira a pouco mais de 2 anos. (Foto: Reprodução -@fabianacardosodoceria)

A estudante ainda ressalta que, apesar da crescente variedade de sabores que existem hoje em dia, os sabores de brigadeiro e ninho seguem sendo os campeões de buscas.

Pensando justamente nas estratégias de venda, especialistas do Sebrae organizaram cinco dicas para que os empreendedores do ramo dos doces consigam mais clientes nesta páscoa. São elas:

  • Investir em cestas e kits especiais com novos produtos e formatos
  • Antecipar a abertura de encomendas, divulgando os produtos nas redes sociais
  • Adequar o produto campeão de vendas à temática. Pode ser uma opção para consumidores mais tradicionais
  • Apostar em uma embalagem que facilite o transporte, já que se trata de um produto mais sensível
  • Planejar a produção e a logística de entrega com cuidado