EM GOIÂNIA

Cachorro que usava coleira de choque para ser adestrado passa por perícia, em Goiânia

Um cachorro que usava coleira de choque para ser adestrado passa por perícia nesta sexta-feira…

Um cachorro que usava coleira de choque para ser adestrado passa por perícia nesta sexta-feira (7). Os exames acontecem por causa de um vídeo que circulou nas redes sociais, onde uma mulher gravou dois rapazes caminhando na praça da T-25, no setor Bueno, em Goiânia, adestrando o cão com a coleira de choque. (Assista ao vídeo no final da reportagem).

A pessoa que gravou o vídeo acusou os dois jovens de torturarem o animal por meio do dispositivo. A perícia foi feita com o colar no animal para verificar a potência do objeto. Já o cachorro, apesar das investigações, permanece com os donos.

“A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) investiga se o uso deste tipo de colar eletrônico causa ou não maus-tratos aos animais. O inquérito policial está em andamento e agora a delegacia especializada aguarda a conclusão do laudo pericial, que foi feito por um médico veterinário, bem como informações do Conselho Regional de Medicina Veterinária sobre o tema em questão”, explica a delegada Lara Menezes Melo Oliveira.

Lei

No vídeo é citado o fato da coleira ser proibida. Porém, Pauliane Rodrigues, advogada especializada nos direitos dos animais diz que, apesar de ser algo que causa dor no animal, a coleira não é proibida por lei. A defensora diz que há um projeto em tramitação para proibir o uso da coleira em todo território nacional, mas este ainda não foi aprovado.

Ela disse que havia recebido o vídeo em questão e que acredita que tudo que cause dor nos bichos, deve ser considerado maus-tratos “No meu entendimento, se causa desconforto e dor nos animais é uma forma de maus-tratos, sendo considera como crime”, desabafa.

Relembre

No dia 29 de abril deste ano, uma moradora, que preferiu não ter a identidade revelada, indignou-se ao ver um cachorro sendo adestrado com uma coleira de choque na praça T-25, no setor Bueno, em Goiânia.

Ela disse que, há um mês, passeava com o namorado pela praça quando ela percebeu que o animal parava no chão e latia com frequência. Como ambos estavam sem celular, a cena não foi filmada. Ela disse ainda que foi várias vezes no local para filmar a situação, em todas o cão estava sem a coleira de choque. Ela conta ainda que se sentiu aliviada ao ver que o animal não estava sendo mais eletrocutado.

Mas, na quinta-feira (29), a cena voltou a se repetir. Ela conta que ouviu os gritos de um cachorro, mas não imaginou que tratava-se do caso anterior. Entretanto, ao chegar perto do dono, do animal e do adestrador, ela percebeu que era o cachorro era o mesmo de um mês atrás.

“Depois que eu filmei, outras pessoas foram atrás do instrutor para saber mais sobre a coleira de choque. Ele disse aos curiosos a eles que maneira de adestrar era normal, que eu estava exagerando. Eu passei por ele e disse que não precisava de fazer aquilo com o cachorro. Porém, ele disse para eu cuidar dos meus porque eles eram mal-educados”, relata a moradora.

Ela contou que conversou com as pessoas que estavam na praça, mas elas disseram para deixar o caso ‘para lá’. Diante da negativa, a mulher compartilhou o vídeo nas redes sociais. O caso ganhou proporção e 19 mil visualizações em um dia no Twitter.

Na publicação, várias pessoas marcaram a Luísa Mel, dona de um instituto que resgata animais em situação de abandono e maus-tratos. Nos comentários, há também quem elogia a atitude da mulher. “Moça, parabéns pela coragem. De verdade, arrasou demais!”, disse um internauta.

“Que pessoas ruins”, disse outro.

O Mais Goiás tentou localizar o dono do cachorro e o adestrador, mas sem sucesso. Entretanto, o espaço continua aberto para manifestações.

Assista ao vídeo:

Adolescente chuta e quebra dentes de cachorro em Santa Helena; vídeo.