Cacique Aritana Yawalapiti será sepultado em aldeia do Alto Xingu
Enterro deve ocorrer sem o tradicional rito de passagem ainda nesta quinta-feira (6)
O cacique Aritana Yawalapiti, que morreu vítima de covid-19 na quarta-feira (5), será sepultado na aldeia dos Yawalapiti, no Alto Xingu. O corpo dele deve sair de Goiânia após as 11h e o destino é a reserva do Parque Indígena Xingu, no Mato Grosso (MT). Enterro deve ocorrer sem o tradicional rito de passagem ainda nesta quinta-feira (6).
Segundo informações do indígena Djair Terena, a família do cacique está na capital e aguarda o resultado dos exames de covid-19 para seguir para o Mato Grosso juntamente com o corpo de Aritana.
Ainda de acordo com ele, a previsão é de que não haja cerimônia de morte, já que a causa do óbito foi o novo coronavírus. “O protocolo diz que chegou tem que enterrar. Não pode ter aglomeração”, disse.
Para Djair Terena, Aritana é o símbolo da luta indígena e deixa um legado de pacificação. “Ele não lutava só pelo povo Yawalapiti, lutava por todas as tribos. Todas as etnias estão em luto”.
Luta contra a covid-19
O cacique Aritana Yawalapiti, líder indígena do Alto Xingu, não resistiu às complicações causadas pela covid-19 e morreu nesta quarta-feira (5), em Goiânia. Ele ficou internado por cerca de 15 dias em uma UTI de hospital particular na capital, onde realizava tratamento contra o novo coronavírus.
O indígena demonstrou cansaço e tosse depois de uma pescaria. Inicialmente, recusou-se deixar a aldeia no Mato Grosso, mas foi para um hospital de Canarana depois de sofrer graves problemas respiratórios e ficar com 50% de um dos pulmões comprometido.
Ele foi transferido para Goiânia por conta própria e estava internado em um hospital privado desde o dia 22 de julho. No dia 25 de julho, boletim médico divulgado relatou que Aritana Yawalapiti estava sedado, inconsciente, com baixa pressão e respirando com ajuda de aparelhos.
Na quarta-feira (5), ele não resistiu e foi a óbito.