Cadelas morrem após serem deixadas dentro de carro por pet shop em Goiânia
"Entregamos nosso maior amor, e recebemos um cadáver", escreveu tutor de Prada e Liz
“Hoje entregamos nosso maior amor, e recebemos um cadáver de volta”, escreveu o médico Henrique Lopes Auad nas redes sociais ao publicar que suas duas cadelas, Prada e Liz, morreram após serem deixadas dentro do carro de um pet shop, em Goiânia. O caso, que aconteceu na última quarta-feira (24), ganhou repercussão nesta segunda-feira (29) após a postagem no Instagram.
A delegada Simelli Lemes, do Grupo de Proteção Animal (GPA), explicou ao G1 que a família procurou a Polícia Civil (PC), mas foi orientada a abrir um processo civil contra a clínica veterinária, que não teve o nome divulgado. De acordo com ela, como as cadelas foram “esquecidas”, trata-se de um caso de negligência e não de maus-tratos.
“Houve uma negligência sem dolo e sem a intenção de provocar sofrimento nos animais. Nesse caso, não configura um crime de maus-tratos”, explicou a delegada. Henrique Lopes Auad diz que Prada e Liz foram buscadas em casa pelo estabelecimento e morreram asfixiadas dentro do carro.
“Deixadas, como um pedaço de carne. Enquanto seus pulmões imploravam por oxigênio e suas consciências aos poucos eram apagadas. Negligência mínimo, assassinato talvez?”, escreveu o médico, que afirmou que o caso já está sendo tratado com a Justiça.
“Meus dias estão cinzas, um tom de cinza que eu não havia sequer aprendido, conhecido e me habituado na radiologia. Um cinza que só existe no coração dos enlutados. Vocês possuem noção do que é morrer por asfixia? Você se foi de uma maneira cruel e negligente, ensinou-me o que é realmente é cinza, sonhar e pesadelos. E me ensinou sobre amor. Pai de pet também é pai, eu não estava na hora da sua morte, em seu cárcere de um carro querendo somente um gota de oxigênio”, relatou no Instagram.
“A dor é irreparável e imensurável para todos nós, e o luto por tamanha negligência será eterno”, continua o médico. Em outro post, Henrique pede que os amigos e colegas goianos tomem muito cuidado com o local onde deixam “seus seres mais preciosos”. “Nossos cães são nossos filhos. Um amor que durante anos afagou nossas dores, dormiu em nossos travesseiros, ficou ao nosso lado enquanto nossas dores não pareciam ter fim. Eu acredito muito em justiça, e espero que ela ainda aconteça no mundo dos homens”, concluiu.
Nos comentários das publicações, internautas lamentaram o ocorrido e pediram para que o nome da clínica veterinária seja divulgado.
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