Caiado defende que agressores de mulheres sejam banidos do serviço público
Governador afirma que, há até pouco tempo, havia "silêncio conivente"
Além das consequências criminais, os agressores de mulheres devem ser impedidos de manter ou tomar posse de cargos no serviço público. A afirmação foi feita pelo governador Ronaldo Caiado durante lançamento do programa Todos por Elas, nesta quarta-feira (7), na sede da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg).
“O cidadão que pratica qualquer grau de violência não pode ser servidor público. A exclusão desse cidadão da função supera qualquer norma constitucional de estabilidade”, defendeu o governador.
A iniciativa da Acieg visa levar conteúdos informativos, em vídeos e interativos, em uma plataforma on-line, para capacitar e fomentar o debate sobre a violência contra a mulher. O governador disse ainda que “há até pouco tempo existia um silêncio conivente, em que as leis eram aplicadas dependendo da condição de quem praticava a violência”. Segundo ele, “esse tumor foi lancetado e, hoje, independente de condição social, econômica e financeira, essas pessoas não têm guarida”.
Também presente, mas de maneira remota, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, reconheceu os esforços de Caiado em prol da proteção das mulheres. “Este governador é tão envolvido com o tema que quando ele não vem pessoalmente aqui, no Ministério da Mulher, buscar programas e recursos, ele manda a primeira-dama e, na sequência, todos os secretários”. Para a ministra, a educação é uma das formas mais eficazes para combater a violência. “A gente começa a conversar com os homens e começa a perceber que eles têm capacidade de mudar esse comportamento”, declarou Damares.
As empresas que fizerem parte do Todos por Elas vão ganhar certificados com selo de aliada no combate ao feminicídio, emitido pela Acieg. O selo será concedido após todos os funcionários da empresa terem concluído o curso disponibilizado na plataforma. Conforme a vice-presidente da Acieg, Marisa Carneiro, as palestras serão divididas em seis módulos, entre 10 e 15 minutos, com perguntas ao final. “Precisamos conscientizar as pessoas sobre os efeitos devastadores na vida das mulheres e também dentro do núcleo familiar”, e acrescenta: “Acreditamos que trazer essas informações para dentro das empresas pode impactar um número considerável de pessoas”.