REPRESENTATIVIDADE

Câmara de Goiânia elegeu cinco mulheres, três negros e um deficiente físico

Composição foi decidida nas eleições que aconteceram no último domingo (15)

Câmara de Goiânia elegeu cinco mulheres, três negros e um deficiente físico

Das 35 cadeiras da Câmara Municipal de Goiânia, apenas cinco serão ocupadas por mulheres, três por negros e uma por um deficiente físico, no próximo ano legislativo. A composição do parlamento foi decidida nas eleições que aconteceram no último domingo (15).

Apesar de ser um assunto que se tornou viral nos últimos dias, as mulheres ainda mantém a baixa representação no legislativo goianiense. Foram eleitas a vereadoras: Luciula do Recanto (PSD), com 5.980 dos votos; Sabrina Garcez (PSD), com 5.891 votos; Gabriela Rodart (DC), com 3.476 votos; Léia Klebia  (PSC), com 3.222 votos; e Aava Santiago (PSDB), com 2.865 votos.

Iêda Leal, coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), que é uma organização pioneira na luta do povo negro e também da mulher no Brasil, diz que apesar de serem poucas, não basta apenas serem eleitas, elas têm fazer política. “As vereadoras que estão lá precisam saber que representam a figura feminina na sociedade. Afinal, não basta ser só eleita mulher, tem que representar.”

Ela também diz que é de suma importância a figura feminina dentro do legislativo. “Umas das coisas que a sociedade precisa entender é sobre coletividade e a mulher consegue exercer muito bem essa função, por meio de políticas que abraçam as causas dos idosos, crianças, adolescentes e até mesmo das próprias mulheres, pois nós temos essa sensibilidade”, relata. Ela diz, ainda, que a mulher pode fazer esse tipo de política melhor que os homens.

Negros

Em relação às três vitórias dos negros na Câmara goianiense, Iêda Leal afirma que foi pouco. “Mesmo com campanhas mostrando a representatividade, ainda não fomos representados, afinal nós somos 56% da população brasileira. Queríamos 56% do nosso povo no parlamento”, afirma.

Os negros eleitos para legislar em Goiânia foram: GCM Romário Policarpo (Patriota), com 4.541 votos; Juarez Lopes (PDT), com 3.173 votos; e Santana Gomes (PRTB), com 2.540 votos.

“É importante estarmos lá para ajudar no gerenciamento do País. Isso significa dizer ‘nós também podemos estar em todos os espaços’. Significa também quebrar a afirmação do racismo de que ‘lugar de negro é na senzala’. O lugar do negro é onde nós queremos estar”, ressalta.

Deficiente físico

Por outro lado, Andre Jonas de Campos, advogado da Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás (Adfego), diz que, apesar de apenas um deficiente físico ser eleito vereador da cidade, não é necessário ter alguma deficiência para abraçar a causa. Todavia, ele destaca a importância dessa representatividade.

“Este vereador tem em mãos o poder de quebrar o estereótipo de incapacidade relacionado à pessoas com deficiências. Ele pode mostrar que os deficientes podem, sim, ser capazes de desempenhar esse tipo de função”, disse André.

Willian Veloso (PL) foi eleito com 1.972 dos votos e, para André, ele irá representar muito bem o cargo. “Ele é um conhecedor de causa, muito atuante e muito sensato”, concluiu.

Câmara de Goiânia elegeu cinco mulheres, três negros e um deficiente físico
(Fotos: Reprodução)

(Clique aqui para ler a lista completa de todos os vereadores eleitos em Goiânia)

*Laylla Alves é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira