Câmara Municipal de Araguapaz está parada após prisão de vereadores, diz secretário

A Câmara Municipal de Araguapaz está totalmente parada depois da prisão de cinco vereadores, afirma o secretário de administração da Prefeitura, William Costes Silva.  “A Câmara está sem rumo”, disse ao Mais Goiás nesta quarta-feira (18). Os parlamentares foram detidos em operação da Polícia Civil (PC) que investiga corrupção, associação criminosa e falsidade ideológica.

“Esperamos que, vencido o prazo de cinco dias das prisões temporárias, os políticos retornem as funções. Como nenhum dos presos foi destituído, não tem nenhuma decisão que os impeça de retornarem às suas funções”, afirma Costes.

O secretário disse que não sabe como será o andamento do caso, pois o delegado responsável pelas investigações, Cleybio Januário, afirmou que outros crimes ainda devem ser investigados. “Pode aparecer mais fatos e provas que possibilitam abertura de novas frentes de investigação. Estamos acompanhando o caso”.

Sobre os parlamentares, Costes disse que os suplentes estão de sobreaviso. “De acordo com o regimento interno, um substituto só poderá assumir quando o vereador renunciar o cargo ou perder o seu mandato, o que ainda não aconteceu com nenhum dos envolvidos na operação”.

O secretário informou que os três vereadores que restaram na Câmara estão batendo ponto normalmente, mas que não podem oficializar nada até que o quadro da Casa esteja completo. E que os parlamentares não vão falar com a imprensa sobre o caso.

Prisões

O ex-prefeito de Araguapaz, José Segundo Rezende Júnior, denunciou à PC que estava sendo extorquido por vereadores da cidade para que não cassassem o mandato da esposa, a agora afastada do cargo de prefeita, Márcia Bernardino de Souza Rezende.

Contudo, a polícia investigou também José Segundo. Ficou comprovado que ele se reunia com os parlamentares para solicitação de vantagem indevida e promessa de vantagem. Cada vereador receberia em torno de R$ 60 mil para não votar a favor da cassação de Márcia Bernardino.

Na noite da última terça-feira (17), José Segundo Rezende Júnior foi preso pela PC. Os outros detidos são os vereadores Pedro da Silva Souza (DEM), que já foi preso anteriormente por receptação; Frederico Antônio Monteiro (PHS); Egnaldo José de Carvalho (PSDB); Derci Francisco Pereira (PSDB); Fábio Divino Cardoso (DEM) e o secretário da Prefeitura, Paulo Sérgio Ferreira Nunes.

Nesta quarta-feira (18), áudios divulgados pela PC mostram a negociação de propina feita entre vereadores e o ex-prefeito. Os arquivos mostram os investigados discutindo decidindo como esconderiam o dinheiro da propina, bem como sobre possíveis ações das autoridades policiais.