Camareira que finge ter leucemia arrecadou mais de R$ 30 mil em doações para suposto tratamento, diz polícia
Mulher teria usado dinheiro para comprar roupas e perfumes, embora afirmasse que a quantia era destinada à manutenção do suposto tratamento
D.B.S., camareira de 26 anos, que é suspeita de fingir ter leucemia para aplicar golpes, afirmou à polícia que recebeu um diagnóstico da doença, mesmo sem apresentar laudos que a comprovem. De acordo com o delegado Tibério Cardoso, a jovem teria recebido mais de R$ 27 mil através de transferências via PIX e aproximadamente R$ 4 mil em dinheiro. A quantia, segundo ela, foi destinada ao pagamento do suposto tratamento, em Pirenópolis.
Segundo o delegado, DBS acredita ter sido diagnosticada com leucemia, mesmo que não possua qualquer laudo médico que comprove a afirmação. Além disso, a jovem afirmou que não sente mais sintomas da doença desde que retornou ao Maranhão.
O investigador acrescentou que a camareira diz ter passado por um tratamento de quimioterapia no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia. No entanto, o hospital informou que a jovem nunca foi paciente na unidade. Ela prestou depoimento na cidade de Pio XII, no Maranhão, onde está desde o final de janeiro deste ano.
Tibério pontuou também que o inquérito policial está próximo de ser concluído e a jovem pode ser indiciada por estelionato, com agravante devido à prática continuada do crime contra diversas vítimas. Embora D.B.S. tenha afirmado ter utilizado o dinheiro para comprar medicamentos, a investigação indica o contrário. “Ela usava pra comprar roupas, perfumes e correlatos”, afirma o delegado.
“Coágulos” e tatuagens
Segundo relato de uma das colegas de D.B.S., a camareira costumava enviar fotos que supostamente mostravam coágulos saindo do seu corpo após as sessões de quimioterapia. Entretanto, a oncologista clínica Milena Aparecida esclareceu que o líquido presente nas imagens não é sangue e não indica a ocorrência de sangramentos ou formação de coágulos.
As vítimas relataram à polícia que a jovem solicitava dinheiro para realizar exames e adquirir medicamentos, o que levou cerca de 200 pessoas a ajudá-la. Três amigas, comovidas com a suposta doença, chegaram a fazer tatuagens em homenagem à camareira.
Por outro lado, o pai de D.B.S. afirmou que a filha foi manipulada por outra mulher, que teria dito que a jovem sofria de câncer.