ESTELIONATO

Camareira que fingiu ter leucemia recebeu pelo menos R$ 12 mil em doações, diz delegado

Camareira sensibilizava os colegas por meio de fotos com sangue falso e curativos que enviava

A camareira de 26 anos suspeita de fingir ter leucemia para aplicar golpes em colegas de trabalho na cidade de Pirenópolis já recebeu pelo menos R$ 12 mil em doações. A informação foi repassada pelo delegado que investiga o caso, Tibério Cardoso.

O delegado ainda explicou que, para conseguir as doações, a camareira sensibilizava os colegas por meio de fotos com sangue falso e curativos que enviava. Ela dizia que eram coágulos que saíam após as sessões de quimioterapia.

Comprovantes de transferências feitas para Débora (Foto: Reprodução – Arquivo Pessoal)

A suspeita é de que o valor do prejuízo causado às, pelo menos, 100 vítimas seja ainda maior. “É pelo menos esse valor, mas certamente vai chegar a um número maior. Pode ser até três vezes mais”, explicou Tibério ao G1. Segundo ele, uma das vítimas doou cerca de R$ 750, outra conseguiu juntar cerca de R$ 2 mil para a doação. Uma terceira pessoa ainda doou R$ 3 mil.

Tibério ainda informou que pouco a pouco as vítimas estão sendo ouvidas e que pelo menos 13 já prestaram depoimento sobre o caso. “Tiveram doações individualizadas que foram muito altas”, complementou o delegado.

Tatuagem e mais dinheiro

O recepcionista do estabelecimento onde a suspeita trabalhava, Matheus Milagre, de 25 anos, denunciou que a jovem pedia dinheiro para fazer exames e comprar remédios. Estima-se que cerca de 200 pessoas a ajudaram, com valores diferentes. Três amigas chegaram a tatuar o nome da suspeita como forma de homenagem.

“Eu considerava ela demais, ela é madrinha do meu filho. Estou me sentindo triste, magoada, traída. A gente confia na pessoa, ajuda de coração e acontece essa coisa. Eu nunca esperava isso dela, nesses 4 anos que eu a conheço”, ponderou uma das amigas que não quis se identificar.

Amigas usaram a própria pele para homenagear a suposta doente (Foto: arquivo pessoal)
Amigas usaram a própria pele para homenagear a suposta doente (Foto: arquivo pessoal)

A colega disse que pretende remover a tatuagem, mas a mágoa e a frustração vão persistir para além da marca na pele.

Segundo o delegado, a camareira alega que uma terceira pessoa a “induziu” a aplicar os golpes. No entanto, a polícia ainda não sabe se essa pessoa de fato existe ou se é apenas uma tentativa da suspeita de se precaver dos golpes aplicados por ela.