Caminhão com 33 mil latas de cerveja é apreendido com suspeita de sonegação fiscal
Trabalho é fruto de ação conjunta da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Secretaria da Economia. Três pessoas foram presas
Um caminhão com 33 mil latas de cervejas com suspeita de sonegação fiscal foi apreendido na noite da última quinta-feira (13), no Posto Avançado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Goiânia. O trabalho foi divulgado em uma coletiva de imprensa por uma força-tarefa, composta pela PRF, Polícia Civil (PC) e Secretaria da Economia, que investiga um esquema de emissão de notas ilegais. Três pessoas foram presas na operação e a suspeita é de que a quadrilha opera esse esquema, pelo menos, desde agosto de 2019.
De acordo com a força-tarefa, o caminhão saiu de uma distribuidora de bebidas em Novo Gama, no entorno de Brasília, com destino a um grande supermercado em Senador Canedo. Os policiais acompanharam a movimentação e a entrega da carga, para depois realizar as prisões. Ainda de acordo com a força-tarefa, as bebidas seriam utilizadas para abastecer o estabelecimento durante o Carnaval.
O delegado titular da Delegacia de Roubo de Cargas (Decar), Alexandre de Barros afirmou que as autoridades já acompanhavam o esquema há algum tempo. “Já vínhamos monitorando esse empresário de Novo Gama, inclusive autuamos ele há menos de um mês por receptação”, disse o delegado.
Alexandre ressaltou, ainda, que que os suspeitos serão autuados pelos crimes de receptação qualificada, organ ização criminosa e crime de ordem tributária. Será solicitado, novamente, o fechamento do estabelecimento. “Como esses crimes não envolvem violência ou grave ameaça, as pessoas respondem em liberdade e continuam a praticar os crimes. Mas a PC irá solicitar, mais uma vez, o fechamento”.
O esquema
De acordo com delegado fiscal da Secretaria da Economia, Gerson Segundo, a distribuidora sonegava impostos emitindo notas fiscais para uma empresa de fachada de São Paulo, mas entregava as bebidas em Goiás. “A alíquota do ICMS interestadual é de 12%. Se fosse emitida para empresas goianas, seria de 27%. Eles emitem as notas para São Paulo mas entregam as bebidas aqui. No mínimo, sonegaram 15% de imposto”, disse o delegado.
Gerson afirmou ainda que, através dessa empresa fantasma de São Paulo, foram movimentados R$ 14 milhões, o que daria cerca de R$ 2 milhões em impostos sonegados. “Como a multa é o mesmo valor do que deixou-se de contribuir, o valor seria de R$ 4 milhões. Existem também negócios com empresas de outros estados no valor de R$ 55 milhões, que ainda serão investigados”.