Caminhoneiros de Catalão falam em nova greve a partir desta segunda-feira (29)
Trabalhadores reivindicam pagamento do piso mínimo dos fretes. Transportadoras estariam colocando caminhoneiros em lista para não conseguirem mais trabalho
Em conversa com o Mais Goiás na tarde desta sexta-feira (26), um dos líderes da categoria de caminhoneiros, Wallace Landim, falou sobre a possível paralisação a partir da próxima segunda-feira (29), na cidade de Catalão, a 260 quilômetros de Goiânia. A queixa recorrente é o fato das transportadoras estarem pagando frete abaixo do piso mínimo estabelecido nas tabelas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
“Não sai nenhum caminhão de Catalão abaixo do piso mínimo de fretes a partir de segunda-feira. Vamos começar nossa manifestação às 6h da manhã, sem hora para acabar. Mandamos um recado para todas as transportadoras. Vamos fazer o trabalho que a ANTT deveria fazer, de fiscalização”. Wallace alega que “a mobilização na porta da mineradora CMOC, terá apoio de toda a categoria.
De acordo com o líder, caminhoneiros das cidades de Jataí e Rio Verde também apoiam a ação. “Estamos juntos. Nossa situação está pior do que quando paramos meses atrás. Nada de benefícios, não estamos trabalhando dentro do piso mínimo”.
Wallace diz não achar justo “parar um país para fazer uma agência de governo funcionar, mas isso é o que pode acontecer”. Os bloqueios da categoria podem não ficar limitados a Goiás. Em Santa Catarina, a categoria deve se reunir para decidir se adere ou não ao movimento.
Lista Negra
O líder da categoria de caminhoneiros denuncia um método utilizado pelas transportadoras quando um caminhoneiro recusa trabalhar por um valor mais baixo.”Se o caminhoneiro não aceita trabalhar nas condições das transportadoras, essas empresas colocam o nome do trabalhador numa espécie de “lista negra”, ele não é mais contratado, dificultando para que ele encontre outros trabalhos. Assim, eles se sentem impedidos de exigir seus direitos. Por isso, cobram uma ação mais contundente da ANTT”.
“A única coisa que estamos pedindo é dignidade para mantermos nosso trabalho e sustentar nossas famílias. Estamos no nosso limite”, conclui Wallace.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo