REFORÇO

Campanha visa reforçar banco de dados para encontrar desaparecidos em Goiás

Das 2.224 ocorrências de desaparecimentos em Goiás, 47% já foram solucionadas sendo que 37 estavam sem vida

Pedro Lucas Silva Santos, de 6 anos, desapareceu depois de sair da escola no dia 1º de novembro de 2023, em Rio Verde, e até hoje, o paradeiro do menino não foi descoberto. Para tentar auxiliar na investigação do paradeiro do garoto e de outras pessoas, a Polícia Civil e a Superintendência de Polícia Técnico-Científica realizam a Mobilização Nacional de Identificação e Busca de Pessoas Desaparecidas.

É preciso dizer, assim como Pedro Lucas, cerca de 3 mil pessoas desapareceram em Goiás desde dezembro de 2023, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O registro coloca o Estado em 5º no ranking com maior número de pessoas desaparecidas.

Desse total, 2.224 desaparecimentos ocorreram de janeiro a agosto de 2024, uma média de nove por dia. Se comprado ao mesmo período de 2023, é possível identificar um aumento de 64,1%.

Mobilização

Segundo o coordenador da Divisão de Pessoas Desaparecidas da Superintendência de Identificação Humana da Polícia Civil, Antônio Maciel Aguiar, a campanha será realizada em três fases. A primeira segue até a próxima sexta-feira (30) e consiste em coletar o material genético dos familiares, como impressões digitais e DNA.  

A segunda fase está prevista para setembro. “Tem gente que sai de casa e não fala nada para os familiares, outros se mudam de estado e alguns acabam morando nas ruas. Essas pessoas geralmente estão em hospitais, vítimas de algum acidente e são pessoas indocumentadas. Então, depois de coletar o material genético de familiares, a gente faz a busca por pessoas vivas que não foram identificadas”, afirma Antônio, que também é papiloscopista da PCGO.

Na terceira fase, que deve ocorrer em outubro, a campanha se concentra nos desaparecimentos por fatores criminais.

“A gente vai fazer uma coleta das impressões digitais das pessoas que foram enterradas como ignorados, indigentes. Vamos submeter esse material, essas impressões digitais, a uma pesquisa nacional para ver se a gente consegue identificar aquela pessoa. Não só identificar eles, mas também localizar a família e informar que ele foi enterrado aqui em Goiás ou em outro estado”, relata o coordenador.

Referência em encontrar pessoas

Antônio ressalta ainda que Goiás integra o banco de Identificação Civil Nacional, que comporta mais de 120 milhões de pessoas e que, em breve, será unificado e automatizado para que as informações sobre os desaparecidos sejam fornecidas mais rapidamente.

Apesar do número alto, Goiás é referência em localizar pessoas desaparecidas. Das 2.224 ocorrências deste tipo, 47% já foram solucionadas, sendo que 37 estavam sem vida.

No caso de Pedro Lucas, as autoridades não conseguiram definir se ele pode ter sido sequestrado ou se entrou para as estatísticas de pessoas que desapareceram e não foram encontradas com vida.