Mobilização

Campus Eseffego, da UEG, deflagra greve por tempo indeterminado

Outros três campus da instituição seguem em greve:  Itapuranga, Itumbiara, Uruaçu

Professores, servidores técnico-administrativos e estudantes do campus Eseffego da Universidade Estadual de Goiás ( UEG) deflagraram greve por tempo indeterminado. A paralisação foi definida após assembleia realizada na manhã deste sábado (16), no auditório da Faculdade do Esporte, no setor Aeroporto, em Goiânia. Outros três campus da instituição seguem em greve:  Itapuranga, Itumbiara, Uruaçu.

A assembleia foi organizada pelo UEG em Movimento, grupo auto-organizado sem sindicatos. “Todos que estiveram na assembleia tiveram direito ao voto. Não há soberania. Todos os votos têm o mesmo peso. Foram 264 favoráveis, e nenhum contra. Outras 12 pessoas se abstiveram”,  afirmou o professor do campus Eseffego, Renato Coelho.

Apesar da deflagração de greve, o diretor do campus , Marcus Jary, afirmou que as aulas devem ocorrer normalmente na segunda-feira (18), já que não foi realizada nenhuma convocação pública da categoria, tampouco notificação escrita.

“Oficialmente não recebemos nada que configure a greve. Minha posição atual é contrária ao movimento. O momento é de estabelecer diálogo com o governo que assumiu a gestão agora e está reordenando o estado, e não de radicalização”, disse.

Pautas

Dentre as reivindicações estão o pagamento referente ao mês de dezembro de 2018 para os docentes e técnicos, além das bolsas estudantis em atraso. Eles ainda exigem a destinação de 5% da receita líquida do estado somente para a UEG; a ampliação  imediata das vagas para docentes do quadro efetivo com titulação de mestres, doutores e pós-doutores, assim como melhorias na estrutura. Atualmente, a universidade recebe 1,2% do que é arrecadado pelo estado. A volta às aulas só vai acontecer quando as pautas forem atendidas.

A partir da próxima segunda-feira (18), o grupo se reúne na Faculdade do Esporte na tentativa de mobilizar a comunidade. “Nossa comissão de cultura vai desenvolver atividades de música, dança e palestra com faixas e cartazes para publicizar e mostrar o motivo da greve à sociedade, que faz atividade de extensão e atletas que utilizam o espaço”, afirma Renato.

Embate interno

A impressão do diretor é que a paralisação tem sido aderida por poucos professores. “Não há como dar um número preciso de docentes favoráveis ao movimento, mas a gente percebe que é a maior parte da mobilização está sendo feita por alunos”, comentou.

O UEG em Movimento, por sua vez, afirma que os documentos já foram protocolados e entregues ao governo. A previsão é que o mesmo seja feito na reitoria da Universidade na segunda-feira. O movimento é organizado em três frentes de atuação: o  grupo de negociações do movimento, que vai tratar com o governo; o de mobilização, responsável pelo calendário de atos, passeatas e manifestações e o de inspeção, que irá cuidar da segurança do campus durante as atividades previstas.

UEG

Por meio de nota, a UEG informou que as atividades em mais de 90% dos campus seguem normalmente e que a reitoria e as direções não receberam qualquer tipo de notificação oficial sobre paralisações e/ou indicativos de greves.

Confira a nota na íntegra:

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) informa que as atividades em mais de 90% de seus Câmpus seguem normalmente. Até o presente momento, a reitoria ou as direções dos Câmpus da UEG não receberam qualquer tipo de notificação oficial sobre paralisações e/ou indicativos de greves.
A UEG reitera que compreende e respeita o direito de sua comunidade acadêmica à livre manifestação.