Confusão

Candidatos reclamam de desorganização no concurso do MP-GO

Provas foram aplicadas no último domingo (20), em Goiânia; atrasos, troca de salas, falta de ar condicionado e até uso de celulares e relógios foram algumas das reclamações.

Candidatos reclamam de desorganização no concurso do MP-GO

Participantes do 60º concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de Goiás (MP-GO) reclamam de uma série de problemas durante a aplicação da prova, realizada no último domingo (20) em Goiânia. Atrasos, troca de salas, falta de ar condicionado e até uso de celulares e relógios foram algumas das reclamações.

A prova foi aplicada nos Campus I e V da PUC-GO, localizados nos setores Universitário e Jardim Goiás, respectivamente. De acordo com o relato de vários participantes, a abertura dos portões estava marcada para as 7 horas, mas isso só aconteceu às 7h40. Confira vídeo feito por candidato:

Ao entrar nos locais, os candidatos reclamaram que precisaram esperar, pois o número de fiscais era insuficiente. Além disso, não havia folha com o nome deles nas salas. K.F. afirmou ao Mais Goiás que começou a fazer a prova depois das 9 horas.

“Minha sala era a 310, mas tivemos que mudar para a 202 por falta de ar condicionado. Os fiscais de sala ficavam mexendo no celular e havia outros candidatos com relógios. Os envelopes estavam lacrados com fita crepe”, disse.

Concurso nas redes sociais

Vários relatos nas redes sociais apontam situações semelhantes. “Atraso, total desorganização, ar condicionado sem funcionar, candidatos passando mal!”, afirmou uma pessoa.

“Na minha sala começamos às 9h30, mas às 10h10 a prova foi interrompida para a troca de sala”, diz outro relato. “Uma candidata passou mal, desmaiou e não havia serviço médico (o atendimento foi feito por outra candidata). Após 40 minutos conseguimos efetivar a troca da sala. Desorganização é apelido”.

Um vídeo feito por um participante do concurso mostra que, enquanto vários aguardavam do lado de fora das salas, outros já estavam fazendo a prova.

Condições especiais desrespeitadas

Vinícius dos Santos Dias mora em Bom Jesus de Goiás e viajou 217 km para fazer a prova. Ele é deficiente visual e solicitou à Comissão de Concurso do MP-GO o tempo adicional de uma hora, conforme consta no edital. A solicitação foi deferida pela comissão, de acordo com documento publicado no dia 18 de outubro. Entretanto, ele alega que, no dia da aplicação, o tempo adicional não foi garantido.

“Quando cheguei ao local, a coordenadora da sala informou a todos que eu teria o tempo adicional. Entretanto, durante a aplicação da prova ela veio até mim e disse que meu pedido havia sido indeferido”, conta Vinícius.

Ele chegou a entregar o documento que mostrava o deferimento da solicitação, que foi levado à comissão do concurso. De acordo com Vinícius, quando faltava cerca de uma hora para o encerramento do prazo normal, a coordenadora voltou e reafirmou que o pedido havia sido indeferido. Ela teria dito ainda que, caso desejasse, ele poderia “tomar as medidas cabíveis”.

“Fiquei constrangido. Tive que correr e chutar várias questões. Não tive nenhum contato com a comissão, apenas com a coordenadora. Vou enviar um ofício para a comissão organizadora solicitando explicações sobre isso. Caso não tenha resposta, vou entrar com um mandado de segurança solicitando a suspensão do concurso. Eu vi o gabarito e sei que fui bem, mas achei injusto”, comenta.

O Mais Goiás entrou em contato com o MP-GO por e-mail e por ligação. Às 19h28 do dia 22/10 a resposta foi de que uma nota sobre o assunto era preparada. O espaço continua aberto caso haja interesse do órgão em se manifestar.