Criminal

Cantor que viu motorista de aplicativo antes de ser morta está com medo

Artista, membro de dupla sertaneja, conheceu Vanuza há quatro meses e a viu às 4h30 da madrugada; corpo da vítima foi encontrado à tarde, em Aparecida de Goiânia

O cantor Zé Luccas Moura, que faz dupla com Matheus, falou ao Mais Goiás que a carreira dos dois, que parecia estar encaminhada, deu uma reviravolta desde sábado. A dupla e o violonista deles são tratados como testemunhas-chave na investigação policial que apura a morte da técnica em enfermagem Vanuza Cunha Ferreira de 36 anos. Ela também era motorista de um aplicativo nas horas vagas. Os artistas já prestaram depoimento, mas o empresário deles, identificado apenas como “Camargo”, ainda é procurado.

Há quatro meses, os cantores da dupla Zé Luccas & Matheus e o violonista que os acompanha (que terá o nome preservado por ser menor de idade) foram apresentados ao futuro empresário, que abriria o caminho para a carreira artística. Nascidos em Goianésia, saíram de lá rumo a Goiânia para ficarem mais próximos de onde poderiam acertar novas contratações para shows e, quem sabe, uma futura gravação. “No dia que conhecemos o nosso empresário, ele foi até Goianésia para nos conhecer, e foi no mesmo dia que conhecemos a Vanuza, que foi com ele”, disse o sertanejo.

Zé Luccas já prestou depoimento na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), que apura o fato desde o desaparecimento de Vanuza. Dupla dele, o cantor Matheus Rodrigues está em Goianésia, mas já se colocou à disposição da Polícia Civil. Os investigadores, no entanto, fazem buscas pelo empresário, que pode esclarecer muito sobre o que aconteceu depois das 4h30, quando os sertanejos foram deixados em casa por Vanuza, que dirigia o carro e seguiu com “Camargo”.

Lucas diz que o empresário era misterioso. “Eu só conversava com o nosso empresário por telefone ou por WhatsApp. Eu não sei o sobrenome dele, e ele não tem redes sociais”, disse.

“Nossa vida virou de cabeça para baixo”, diz o rapaz, que recorreu às redes sociais para desabafar. Ele demonstrou indignação, após a divulgação da própria imagem como sendo um suspeito. “Eu estou com medo de alguém entrar aqui em casa, fazer algo comigo. Eu a vi pela última vez às 4h30 da manhã, e não vi mais. Teve um apresentador de TV que postou um vídeo no Instagram, e já encheu de gente dizendo um monte de coisas, como se eu fosse bandido”. Ele usou o próprio perfil no Facebook para desabafar: “Gente, eu sou apenas testemunha. Não sou bandido não, para (sic) ficarem me difamando”.

Vanuza Cunha Ferreira, 36 (Foto: Reprodução / Facebook)
Vanuza Cunha Ferreira, 36 (Foto: Reprodução / Facebook)

CASO
Vanuza foi dada como desaparecida depois de não atender, nem responder mensagens da filha e da companheira. Ela era técnica de enfermagem no Hospital de Urgências de Goiânia Governador Otávio Lage (Hugol). O carro da mulher, um Fox vermelho, foi encontrado na manhã do sábado (19) e o corpo dela, no final da tarde de domingo (21). A última viagem de Vanuza foi fora do aplicativo de transporte que ela trabalhava: fez o serviço particular para um conhecido.