Consumidor

Carne bovina tem variação de preço de até 109% nos açougues de supermercados, em Goiânia

Levantamento do Procon apontou também que a carne suína oscila até 110%, enquanto o frango sofre variação de até 58,14%. Compra de produtos fatiados pode trazer prejuízos

A crise econômica tem prejudicado o poder de compra do brasileiro e a população tem aprendido a fazer concessões para economizar. Na alimentação, um dos primeiros itens cujo consumo deve ser repensado é a carne — seja bovina, suína ou de frango –, que costuma ter um valor mais elevado. Para ajudar os consumidores a economizarem mais na hora de escolher esses produtos, o Procon Goiás divulgou nesta terça-feira (13) uma pesquisa para conferir os preços praticados em 21 açougues localizados dentro de supermercados de Goiânia.

A maior variação encontrada dentre as carnes bovinas foi no quilo da alcatra. Enquanto o menor preço era de R$ 16,99 por quilo, o maior chegou a R$ 35,49. A variação é de 108,9%.

O filé mignon teve variação semelhante, de 108%. O produto pode ser encontrado de R$ 23,99 a R$ 49,90.

Outras carnes bovinas com grande variação são o contra-filé (58,4%, de R$ 16,00 a R$ 26,91) e o coxão mole (70,4%, de R$ 15,79 a R$26,91).

No caso das carnes suínas, o lombo apresentou variação de 110%. Em um estabelecimento era cobrado a R$ 10,90 o quilo, enquanto em outro estava a R$ 22,90.

A costelinha teve oscilação de R$ 11,90 a R$ 18,99 (59,6%), e a bisteca, de R$ 6,98 a R$ 14,99 (114,76%).

Considerando a mesma marca, a maior variação no frango congelado foi de 58,14% verificada no quilo do frango congelado da marca Bonasa. O menor preço encontrado foi de R$ 4,42 e o maior a R$ 6,99.

Segundo o gerente de pesquisa e cálculo do Procon-GO, Gleidson Tomaz, o levantamento reforça a necessidade de pesquisa por parte dos consumidores. “Independente do tipo de carne ou da localidade, é possível economiza. Se deixar de pesquisar, vai ter um prejuízo muito alto”, ressalta.

Ele pondera também que o costume de comprar carnes já fatiadas pode custar caro ao consumidor se ele não estiver atento, devido às possíveis diferenças de preços. “A diferença é assustadora. Em um dos supermercados pesquisados uma peça de filé mignon custava R$ 28,89 o quilo. Quando fatiada, o valor aumentava em R$ 10,10, ou seja, mais de 33%”, comenta Gleidson. 

Apesar de a cobrança de preços diferenciados para opções de pedaço ou fatiado não se configurar prática abusiva, a informação deve ser repassada previamente ao consumidor de forma clara e precisa. Durante o levantamento, foi apurado que dentre os 21 estabelecimentos visitados, cinco deles cobram valores diferenciados por esta “comodidade” em alguns tipos de carnes.

Dicas importantes

Confira as dicas do Procon Goiás para a compra de carnes:

Exija sempre o carimbo do SIF (Serviço de Inspeção Federal), ou o controle de inspeção estadual. Ele é a garantia de que a carne foi inspecionada e está livre de doenças. Nos produtos industrializados verifique ainda as informações do rótulo como prazo de validade, peso líquido, composição, além do nome, endereço e CNPJ do fabricante.

Em hipótese alguma adquira carnes vendidas por ambulantes. Nestas condições não apenas a higiena necessária não são observadas como sua procedência é desconhecida. Em todos os casos exija sempre a emissão da nota fiscal ou o cupom fiscal, pois será solicitado para formalizar uma reclamação futura nos órgãos de defesa do consumidor.

Sempre que for constatado qualquer tipo de irregularidade quanto à produção, manuseio, armazenamento ou comercialização desses produtos, denuncie!

Os açougues devem ter boas condições de higiene e os funcionários que manuseiam as carnes devem utilizar luvas e manter os cabelos presos ou cobertos por um gorro. As informações de preços, origem, etc, devem ser exibidas de forma clara, precisa e ostensiva. Atente-se à pesagem que deve ser feita sempre à vista do consumidor e solicite a retirada de sebos e pelancas.

Ao adquirir carnes pré-embaladas e congeladas, estas devem ser mantidas em balcão ou câmara frigorífica. Quando desligados à noite ou fora da temperatura correta podem comprometer a qualidade da carne. Portanto, esteja sempre atento à sinais de umidade próximos desses equipamentos e evite a compra de produto nesses casos.

A aparência da carne pode indicar má qualidade do produto

Carne bovina: A cor natural é vermelho clara. Não compre caso apresente partes escurecidas ou secas, que são características de carne deteriorada.

Carne suína: Não compre se notar pequenas bolinhas brancas, conhecidas popularmente como “canjica”. Esses focos denunciam a presença de parasita “solitária”. Nunca consuma carne de porca malpassada.

Frango: A carne deve apresentar-se firma, com coloração amarelo pálida, brilho e cheiro suave. Manchas esverdeadas, azuladas e/ou mau cheiro indicam processo de deterioração.

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