Carro que invadiu restaurante em Goiânia causou queimaduras em vítimas atropeladas

“Quando ela invadiu o estabelecimento, ela manteve o carro ligado lá dentro e várias vítimas que estavam embaixo do automóvel ficaram queimadas por ela não ter desligado o carro imediatamente”. É o que diz a delegada Maira Barcelos sobre a motorista de 68 anos que perdeu o controle da direção e invadiu o Empório Saccaria no último dia 19 de julho, em Goiânia. Laudos periciais realizados no veículo apontaram que não houve falha mecânica e que o sapato usado por ela no momento do acidente não teve influência no ocorrido.

“A perícia descartou qualquer falha no sistema de direção, freios e aceleração do automóvel. A condutora afirma que o carro acelerou sozinho e que ela ficou refém do carro, mas todos as perícias refutaram as alegações. Inclusive a fumaça que sai do veículo indica que houve uma aceleração máxima. O sapato dela foi encaminhado para o Instituto de Criminalística, entretanto não foi comprovado que o sapato tenha alguma relação com o ocorrido”, afirma a titular da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT).

Maira acredita que a motorista tenha se confundido com os pedais ou que não estava atenta ao trânsito e se assustou após a primeira colisão.

“Ela agiu com imprudência ou negligência. Podemos considerar a imprudência caso ela tenha se confundido com os pedais no susto ou a negligencia, caso tenha ficado desatenta ao trânsito e entrado em choque. Ela afirma que freou e acionou o freio de mão, mas nada disso foi comprovado. Não identificamos nenhum sinal de frenagem no percurso”, conclui.

O inquérito já havia sido concluído e encaminhado ao Poder Judiciário de Goiás, mas uma nova tipificação foi adicionada após a morte de Kleber Sebastião, única vítima do acidente que ainda estava internada, nesta sexta-feira (12). A idosa foi indiciada e vai responder em liberdade por homicídio culposo e oito lesões corporais.

Apoio as vítimas

Em relação as vítimas, a delegada conta que a motorista não prestou nenhum apoio aos feridos ou aos parentes de Kleber.

“Muitas vítimas estão indignadas por sentirem essa falta de apoio dessa condutora em relação a gravidade da situação. Nós procuramos as vítimas e todas relataram que não receberam nenhuma ligação da condutora. A família do Kleber, por exemplo, está destroçada e não receberam nenhum apoio da pessoa que gerou toda essa situação com pessoas que estavam simplesmente almoçando”, completa a delegada Maira Barcelos, da DICT.

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