PREVENÇÃO

Cartórios registram queda de mortes de idosos e aumento na faixa de 20 a 59 anos

Em alguns casos, mortes cresceram 55% se for comparado com a média registrada no início da pandemia

(Foto: Jucimar de Sousa)

A vacinação começa a fazer reflexo na atual faixa etária que mais registram mortos pela Covid-19. Os cartórios brasileiros registram menos óbitos em idosos, mas o número aumento na faixa de 20 a 59 anos, segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil).

De acordo com a associação, houve a redução de 64% nas mortes de pessoas entre 90 a 99 anos; 49% entre o grupo de 80 a 89 anos e 6% das pessoas entre 70 a 79 anos. A explicação disso é a vacinação dessas pessoas e o período de quarentena para que a imunização comece a fazer efeito. A redução ocorre após comparação com a média de mortes destes grupos com as que foram registradas no início da pandemia e com os 15 primeiros dias de abril deste ano.

Para se ter uma ideia, os idosos entre 90 e 99 anos representava, em média, 6,7% das mortes causadas pela Covid-19. Em março, esse índice passou para 3,5%. O número caiu ainda mais no início de abril, onde 2,4% dos falecidos eram idosos dessa faixa etária. Já o grupo de 80 a 89 anos passou de 20,6% do total de mortos para 14,9% em março e 10,5% em abril. Entre 70 a 79 anos, o índice passou de 25,7% para 24% em abril. O número ainda tende a cair já que essa idade, em muitos estados brasileiros, estão finalizando o recebimento do reforço do imunizante.

“No atual cenário enfrentado em nosso País, estes números sinalizam uma importante, senão única, saída para o Brasil, a vacinação em massa”, destaca o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli. E completa: “O Portal da Transparência, que desde o início da pandemia vem permitindo um acompanhamento em tempo real das mortes registradas, traz agora uma sinalização da queda nos óbitos entre a população com mais idade, ao mesmo tempo em que aponta a necessidade de precaução das pessoas mais jovens, que começam a ser, proporcionalmente, mais afetadas pelo número de mortes.”

Jovens estão morrendo mais

A vacinação caminha mostrando a sua eficácia e, com isso, o número de mortes entre os mais jovens aumentou. Segundo a Arpen, a faixa etária com maiores óbitos, atualmente, é composta por pessoas de 20 aos 59 anos. Essa mudança foi sentida no início de fevereiro, com recorde em março e com tendência de crescimento em abril.

As mortes entre pessoas de 20 e 29 anos aumentarem 26%, passando, em média,  de 1% em março para 1,27% em abril. Já o grupo composto de pessoas entre 30 e 39 anos, que tinha média de 3,25% das mortes, passou a somar 4,85% em abril. Aumento de 50% no número de mortes por Covid-19.

A faixa de pessoas entre 40 e 49 anos é a mais afetada pelo aumento no número de falecimentos causados pela nova fase da pandemia. Até janeiro de 2021, esse grupo representava 5% das mortes pela doença. Em fevereiro, esse número subiu para 7,45% e em março disparou para 9,42%. Nos primeiros dias de abril já são 10,4% do total de mortos. Se levarmos em consideração a média de início da pandemia, onde essa faixa etária representava 6,7%, houve um aumento de 55% nas mortes no início deste mês.

Segunda onda

A segunda onda da doença afeta, principalmente, as pessoas com idades entre 50 a 59 anos. Elas representavam 12% das mortes pela Covid no primeiro ano de pandemia. Já em fevereiro desse ano, esse índice saltou para 13,4% e em março foi para 16,1%. Já nos primeiros dias de abril, esse grupo representa 18,4% do total de mortes pela Covid. Isso representa um aumento de 52% no número de óbitos pela doença.