Operação Mãos à Obra

Casal é preso por participar de fraude em licitações da Câmara de Planaltina

A investigação aponta a existência de uma associação criminosa, que burlava a tramitação do procedimento licitatório

A Polícia Civil de Formosa prendeu, na manhã desta quarta-feira (10), o casal André Luiz Gontijo e Souza e Vanessa Maris Araújo Fernandes, sócios das empresas Mult X e Central Construtora. Eles são suspeitos de colaborar com fraude em licitação de obra realizada na Câmara Municipal de Planaltina. Prisão faz parte da 6ª fase da Operação Mãos à Obra, que apura irregularidades em contratos celebrados com construtoras na gestão do ex-prefeito Pastor André (PRB).

De acordo com as investigações, o casal participou ativamente do esquema e fraudou processo licitatório para obras de engenharia da Câmara, em valores que ultrapassam R$ 180 mil. Por meio da empresas, eles participaram do procedimento administrativo (carta-convite), supostamente, para concorrer pelas obras com as empresas Aseng e Unique.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apurou que houve ajuste entre as empresas Aseng e Unique – que ainda é de fachada. André e Vanessa sabiam que participavam de uma concorrência de fachada, pois existia ajuste prévio entre os sócios das empresas licitadas para que a Aseng vencesse a licitação.

Ainda segundo o órgão, foi formada uma associação criminosa, que burlava a tramitação do procedimento licitatório, já que não aconteciam os procedimentos externos e internos na forma da lei. Empresas fantasmas eram criadas apenas para participar de licitações, o que proporcionava uma concorrência fraudulenta. Não eram realizadas sessões, análises de concorrência, julgamento de propostas. O esquema ocorria sob a coordenação do ex-prefeito, o Pastor André, conforme aponta a investigação.

O casal detido foi encaminhado ao presídio de Planaltina e deve ser ouvido nesta quinta-feira (11), pela promotoria do município. O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa dos presos e do ex-prefeito. Já a Aseng informou à reportagem que a empresa aguarda o julgamento dos recursos apresentados pelos advogados para dar um posicionamento, mas adiantou que a construtura não foi beneficiada por qualquer processo irregular.